Reparo: em Luanda, Lula celebra decisão que confirma inocência da ex-presidenta Dilma Roussef
Em Angola, o ex-presidente comenta que decisão judicial reconhecendo que não houve crime cometido pela Dilma precisa ter efeito prático
A Justiça foi feita, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que é preciso discutir algum tipo de reparação a Dilma Rousseff, depois que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região arquivou o processo das chamadas “pedaladas fiscais”, o pretexto usado em 2016 para tirá-la da Presidência da República.
Em entrevista coletiva em Luanda, capital de Angola, Lula disse Dilma sofreu um impeachment sob uma acusação de um crime que não aconteceu. “Na semana passada, a Justiça Federal em Brasília absolveu a companheira Dilma da acusação que ela tinha feito uma ‘pedalada das contas públicas’”, comentou.
“A Dilma foi absolvida e eu agora vou discutir como é que a gente vai fazer. Não dá para reparar o direito político porque se ela quiser voltar para ser presidente, eu quero terminar o meu mandato”, brincou, arrancando risos dos presentes. Mas, falando sério, Lula disse que alguma coisa precisa ser feita. “Quero saber como que se repara uma uma coisa que foi julgada por uma coisa que não aconteceu”.
Na sexta-feira, ainda em Luanda, durante um discurso a mais de 800 empresários que compareceram ao Fórum Econômico Angola Brasil, Lula já havia afirmado que o Brasil devia um pedido de desculpas à ex-presidenta. “O fato da presidente Dilma ter sido absolvida pelo Tribunal Federal de Brasília demonstra que o Brasil deve desculpas à presidente Dilma, porque ela foi cassada de forma leviana”, destacou.
A decisão tomada na última segunda-feira pela 10ª Turma do TRF-1, rejeitou um recurso do Ministério Público Federal (MPF) que questionava o arquivamento em primeira instância da ação. O tribunal seguiu o posicionamento que já havia sido proferido anteriormente. O juiz federal Frederico Botelho de Barros Viana, da 4ª Vara Federal, havia excluído Dilma e o ex-ministro Guida Mantega da ação por considerar que eles não deveriam responder por improbidade administrativa. •