A primeira UNE Volante foi realizada em 1962, e realizou encontros por todos os estados da federação para debater uma proposta de reforma universitária. Um dos pilares daquelas caravanas foi o Centro Popular de Cultura (CPC), aglutinando os jovens em torno de manifestações artísticas.

À época, o ministro da Educação era Darcy Ribeiro. Criador da Universidade de Brasília, o antropólogo era entusiasta da ideia de reforma. O sonho foi interrompido pelo golpe militar, dois anos depois. A reforma foi retomada em 1968, sem participação dos estudantes.

Naquele período, a UNE consagrou-se como uma das principais ferramentas de luta contra o regime. Em julho de 1966, por exemplo, realizou clandestinamente seu congresso, em Belo Horizonte, no porão de uma igreja. Sua sede, no Rio, havia sido incendiada pelos golpistas no dia 31 de março.

Em 2019, novamente sob a ameaça de um governo antidemocrático, a UNE participou de uma prolongada greve contra a política de asfixia financeira e ideológica sobre as universidades. Iniciada em maio daquele ano, a greve estendeu-se até agosto em algumas universidades.

Para o próximo período, a UNE aposta na defesa do governo Lula e da frente ampla que o elegeu como forma de resistir a retrocessos e propor mudanças. As caravanas da UNE Volante, na opinião da nova presidenta, apontam para a necessidade de se preparar para os novos tempos, incluindo as dúvidas que pairam com a presença cada vez maior da tecnologia de inteligência artificial.

“Os estudantes podem influir neste futuro ressaltando o papel da universidade como formuladora de políticas e saídas para desafios”, diz Mirella. “O tripé formação, pesquisa e extensão deve ser fortalecido em todas as instituições, pública e privada, para que os estudantes possam explorar as possibilidades da sua graduação, produzir conhecimento e dar retorno à sociedade”. •

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