O BC e o garrote sobre o país

Alberto Cantalice

Quando diziam que a independência do Banco Central era uma falácia, as forças populares estavam certas. Como prevíamos, houve uma captura da instituição pelo mercado financeiro e rentismo, inibindo a execução das políticas de desenvolvimento, geração de emprego e renda e financiamento da produção, com a manutenção da pornográfica taxa de juros nas alturas em 13,75%.

“Independente”, a atual diretoria do Banco Central é composta por indicados da dupla Bolsonaro-Guedes, adeptos do ultraliberalismo. Estão completamente divorciados das pautas dos setores produtivos e do mundo do trabalho.

O brado emitido pelos variados setores políticos, sociais e empresariais do Brasil não chegam aos ouvidos da maioria do BC — já que, como diz André Lara Resende, há uma camisa de força ideológica em alguns setores do meio econômico que os impedem de enxergar além dos manuais do neoliberalismo decadente.

O saldo catastrófico da volta do Brasil ao mapa da fome nos apresenta a inominável cifra de 33 milhões de brasileiros com graves dificuldades de se alimentarem cotidianamente. Só os esforços do governo federal em manter e ampliar o programa Bolsa Família não bastam.

É preciso urgentemente melhorar o ambiente de negócios que apesar dos esforços da equipe econômica de Lula, coordenada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sofrem o claro boicote da autoridade monetária.

A aprovação no Congresso do novo marco fiscal foi uma sinalização clara de que as forças políticas — com exceção dos protofascistas — estão interessados em destravar o crescimento do Brasil.

A reindustrialização e o investimento maciço em ciência, tecnologia e inovação são demandas que não podem esperar. Já passa do tempo de o país dar um salto de qualidade rumo ao futuro. Um país das dimensões populacionais e territoriais do nosso tem que exercer a liderança na luta contra as desigualdades no mundo.

Este papel vem sendo brilhantemente desempenhado pelo presidente Lula. É sob a liderança dele que, destravado economicamente, o país será um “player” na concertação internacional.

O Banco Central teria que fazer parte desses esforços e não faz. Só atrapalha!