Cem dias. Um novo tempo
O governo Lula já adotou medidas para retomar o projeto político para o desenvolvimento do país com mais Justiça social, interrompido desde o Golpe de 2016. A hora é de manter a luta por uma sociedade menos desigual e mais justa
O Brasil voltou a ter futuro. E isso é apenas o começo”. A afirmação é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao fazer um balanço dos cem primeiros dias do governo na reunião ministerial realizada em 10 de abril. Os 100 primeiros dias serviram para que a atenção às pessoas e o crescimento econômico aliado à inclusão social voltassem a existir. O Brasil voltou a ser o país do Bolsa Família, do Minha Casa Minha Vida, do Mais Médicos, da merenda escolar farta e saudável.
“Não se constrói um país verdadeiramente desenvolvido sobre as ruínas da fome, dos ataques à democracia, do desrespeito aos direitos humanos e das desigualdades de renda, raça e gênero”, disse Lula no evento realizado no Palácio do Planalto na segunda, 10. “Não se chega a lugar nenhum deixando para trás a metade mais sofrida da nossa população” advertiu. A imprensa comercial considera que o governo fez pouco e que Lula recauchutou velhos programas. Não é bem assim.
O fato é que os primeiros cem dias do governo Lula acumulam avanços. A retomada de programas bem sucedidos nos dois mandatos de Lula (2003-2009) e de Dilma (2010-2016) não deveria ser surpresa, uma vez que expressavam uma política com um olhar social do governo vitorioso nas eleições de outubro de 2022. Também não deveria constituir motivo de espanto o fato de que, em algumas áreas, os impactos de medidas já tomadas serão detectados a médio ou longo prazo.
Além de esquecer que o governo recém-empossado teve de conter uma tentativa de golpe em 8 de janeiro e juntar os cacos da democracia atacada por Jair Bolsonaro, boa parte dos analistas da mídia também parecem ter ignorado o caráter emergencial da reintrodução de políticas públicas bem-sucedidas, como o Bolsa Família e o Mais Médicos, por exemplo. Importante dizer que mesmo que tenham sido mantidos os nomes, tais programas sofreram modificações amplamente discutidas e divulgadas nos meses da transição.
O fato é que os desafios para unir e reconstruir o país são enormes. No entanto, um balanço mais equilibrado pode mostrar que estão sendo enfrentados. O governo Lula cumpriu 13 das 36 promessas feitas na campanha eleitoral. Outros quatro foram parcialmente atendidas, e 14 ainda não foram cumpridas. Cinco compromissos ainda não podem ser avaliados.
“É importante lembrar que da outra vez eu recebi o governo de um presidente democrata [Fernando Henrique Cardoso], um companheiro que tinha uma história de luta nesse país, pela democracia, pelos direitos humanos. Uma marca de civilidade”, disse Lula. “Nós sabemos o que o país passou de 2018 a 2022. As ofensas que o país passou. Que as mulheres sofreram, os negros e negras, os democratas, a Suprema Corte, governadores. Nunca antes um presidente os tratou com tanto desrespeito. Mas a democracia voltou”. Lula lembrou que há mais 1.360 dias de governo. Novas medidas para melhorar a vida da população serão anunciadas nos próximos dias. As novas regras do marco fiscal vai dar fim ao falido teto de gastos e trazer de volta o pobre ao orçamento. A reforma tributária vai tornar a cobrança de impostos mais simples e mais justa. O diálogo com governadores e prefeitos vai destravar obras paradas, gerando emprego e melhorando a infraestrutura do país. •