Dilma Rousseff assume em Xangai a direção do Novo Banco do Desenvolvimento, instituição financeira criada em 2014 por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), instituição financeira criada pelos governos dos Brics — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — está sob nova direção desde terça-feira, 28. A ex-presidente da República Dilma Rousseff começou a trabalhar na instituição, indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A solenidade de posse deve ocorrer na segunda semana de abril, quando Lula viaja para a China. A ida do presidente a Pequim e Xangai foi adiada na véspera da partida, no dia 25, porque ele estava com pneumonia.

O ‘banco dos Brics’ tem uma carteira de US$ 33 bilhões em investimentos distribuídos pelos cinco países que integram o bloco. O NDB foi criado em 2014 pelos chefes dos governos, em uma reunião de cúpula realizada em Fortaleza (CE), em que Dilma era então a anfitrião do encontro, que contou com os presidentes Vladimir Putin (Rússia), Narendra Modi (Índia), Xi Jinping (China) e Jacob Zuma (África do Sul). O banco tem financiado projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável.

A China afirmou que a decisão do Brasil de nomear Dilma para o cargo de presidente do NDB é um sinal de que Lula quer fortalecer o bloco. Numa coletiva de imprensa na quinta-feira, 30, a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China elogiou a chegada de Dilma ao banco. “Sua nomeação pelo governo brasileiro para a presidência do NDB revela a importância que o governo da ao banco e aos Brics, o que é apreciado pela China”, disse a porta-voz. O relato é do correspondente Jamil Chade.

“Vamos aprofundar nossa relação com o banco e daremos pleno apoio ao seu trabalho. Acreditamos que, sob sua liderança sábia e profissional, e com esforços dos países membros, o NBD fará uma contribuição ainda maior para o desenvolvimento e prosperidade de emergentes e países em desenvolvimento”, disse.

Segundo Chade, a declaração da porta-voz foi interpretada por diplomatas brasileiros como uma chancela explícita dos chineses à gestão de Dilma. De acordo com o governo Xi Jinping, “Dilma é uma política conhecida e uma economista que se dedicou ao desenvolvimento global desfruta de um grande prestígio e influência significativa no mundo”. •