Parlamentares eleitos em outubro tomaram posse na última semana. Na Câmara, bancada chega a 69 parlamentares e, no Senado, são nove integrantes da legenda de Lula. Partido integra as mesas diretoras das duas casas e ganha novos líderes

EM DEFESA DO PAÍS Os 69 deputados e deputadas federais tomaram posse na quarta-feira, 1º de fevereiro

O novo Congresso que saiu das urnas nas eleições de outubro tomou posse em 1º de fevereiro, estabelecendo uma ampliação das forças progressistas tanto na Câmara quanto no Senado. O PT não apenas cresceu no Congresso como terá papel relevante e direto no governo Lula. Na Câmara Alta, a bancada cresceu de sete para nove senadores, enquanto na outra casa legislativa o salto foi de 54 para 69 parlamentares.

A disputa pela direção do Congresso foi marcada pelo embate entre democratas e radicais bolsonaristas no Senado. O congressista Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reconduzido à Presidência do Senado, eleito por 49 votos, derrotando o bolsonarista Rogério Marinho (PP-RN), que obteve 32 votos. O senador Rogério Carvalho (PT-SE) assumiu a primeira-secretaria.

Foram 17 votos a mais em favor da democracia, da estabilidade política e da reconstrução do Brasil, e contra o retrocesso representado pelo bolsonarista, ex-ministro do Desenvolvimento Regional de Jair Bolsonaro. A eleição foi realizada logo após a posse de 27 senadores, entre eles quatro do PT.

A vitória foi celebrada pela bancada. “Parabéns pela vitória e reeleição como presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco. Seu compromisso com a democracia, com a política como marco civilizatório e com as urgências da população unirão o Parlamento”, afirmou o novo líder do PT, Fabiano Contarato (ES).

Outros colegas de bancada reforçaram a posição de Contarato. “A vitória de Pacheco mostra que a vontade da maioria dos senadores é pela retomada do debate democrático dentro de valores civilizados, de respeito ao próximo, de respeito à opinião dos outros, sem o vandalismo que muitas vezes foi estimulado por mensagens dadas durante o outro governo”, apontou o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). “Divergir é a alma da democracia, não saber tratar a divergência é a derrota da democracia”, concluiu.

A bancada do PT foi fortalecida com a posse da senadora Teresa Leitão (PE) e dos senadores Beto Faro (PA), Camilo Santana (CE) e Wellington Dias (PI). Os dois últimos, ministros da Educação e do Desenvolvimento Social, respectivamente, se licenciaram e voltaram à Esplanada dos Ministérios após a eleição da mesa. Em seus lugares assumiram as suplentes Augusta de Brito (PT-CE) e Jussara Lima (PSD-PI), que anunciou a filiação ao PT. A bancada conta ainda com Paulo Paim (RS) e Humberto Costa (PE).

Tanto no Senado quanto na Câmara, as bancadas do PT, juntamente com os outros partidos aliados, têm pela frente o desafio de aprovar as propostas necessárias para atender aos interesses da população, de acordo com as prioridades alinhadas com o governo Lula, seja na economia e na área social. Daí a importância da atuação parlamentar e da formação de uma base sólida de apoio à nova gestão federal para viabilizar a reconstrução do país.

Depois de um recesso com movimento incomum no Congresso, que se reuniu logo após o ataque à democracia para aprovar o decreto de intervenção na área de segurança pública do Distrito Federal, encerrada na terça, 31, a 57ª Legislatura começou pela Câmara, que empossou os 513 deputados e deputadas federais eleitas em 3 de outubro.

A eleição da Mesa Diretora da Casa reconduziu o deputado Arthur Lira (PP-AL) ao cargo com votação recorde: 464 votos, contra 21 de Chico Alencar (PSOL-RJ) e 19 de Marcel Van Hattem (Novo-RS). Os 464 votos de Lira superam com sobra o recorde anterior na eleição para o comando da casa: Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), presidente em 1991 e 1992, e João Paulo (PT-SP), 2003 e 2004. Ambos detinham até então as vitórias mais folgadas, eleitos com o apoio de 434 parlamentares.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) foi eleita, com 371 votos, para comandar a 2ª Secretaria da Câmara no biênio 2023/2024. Ela foi indicada pelo PT e a Federação Brasil da Esperança para a mesa e se comprometeu a viabilizar o projeto de reconstrução encabeçado por Lula. “É através da pacificação que vamos garantir a governabilidade e construir um Brasil mais justo”, discursou. Ela é a única mulher com assento na mesa.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), manifestou esperança no fortalecimento de alianças para reconstruir o Brasil. Ele garantiu que vai atuar para fortalecer o parlamento e dar sustentação a Lula. “É um governo que tem o compromisso de criar políticas que permitam a retomada do crescimento econômico, reduza as desigualdades sociais e fortaleça a democracia”, disse.

O novo líder do PT na Câmara é o deputado Zeca Dirceu (PR). Ele tomou posse destacando que a nova legislatura é um dia de festa para democracia. “Hoje estamos assumindo por mais quatro anos o compromisso com o Brasil”, afirmou. O esforço é construir a governabilidade necessária para o governo Lula atuar na retomada das transformações que o país precisa. •

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