O sobrinho enrolado
Léo Índio é alvo de ação da PF contra golpistas. Ele teve endereços vasculhados por agentes. No dia 8 de janeiro, participou de atos golpistas em Brasília
A Polícia Federal (PF) cumpriu na última sexta-feira, 27, mandados de busca e apreensão em endereços de Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele é um dos alvos do inquérito policial que apura as responsabilidades pela depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro.
Os mandado foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e cumpridos em locais vinculados a Léo Índio em Brasília e no Rio de Janeiro. Trata-se da terceira fase da operação Lesa Pátria, que busca identificar e responsabilizar bolsonaristas radicais que participaram, financiaram ou fomentaram a invasão e depredação dos prédios do STF, Congresso e Palácio do Planalto.
A PF executou 11 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão, também nos estados de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo. Pelo menos seis pessoas foram presas. Seus nomes ainda não foram divulgados.
Todos são investigados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Léo Índio, cujo nome é Leonardo Rodrigues de Jesus, apareceu em fotos e vídeos ao lado de extremistas durante os atos golpistas de 8 de janeiro. Ele é filho de uma irmã de Rogéria Nantes, ex-mulher de Bolsonaro e mãe de Eduardo, Flávio e Carlos Bolsonaro.
Ele era assessor no Senado Federal até julho de 2022. No início do governo Bolsonaro, Carlos tentou indicar o primo Léo para um cargo na Secretaria-Geral da Presidência da República, mas foi barrado pelo então ministro, general Alberto Santos Cruz. •