Além da fome, Bolsonaro deixa um legado de destruição: má gestão de políticas públicas, corrupção diagnosticada pelo TCU e rombo de R$ 400 bilhões, junto com diversas incertezas fiscais

A reconstrução do Brasil a partir de 1º de janeiro, com o presidente Lula em seu terceiro mandato, pressupõe, antes de mais nada, socorrer os mais de 33 milhões de brasileiros e brasileiras que passam fome. É hora de muito diálogo e de entendimento no Congresso Nacional para viabilizar os recursos necessários a essa gigantesca empreitada por intermédio da Proposta de Emenda à Constituição — a PEC do Bolsa Família.

Ela é peça fundamental para o Brasil entrar nos eixos no ano que vem. Infelizmente, além da fome trazida de volta, o desgoverno Bolsonaro vai deixar três marcas perversas do ponto de vista da gestão pública: a má administração que destruiu várias políticas públicas, a corrupção diagnosticada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 29 áreas e o rombo de mais de R$ 400 bilhões, junto com várias incertezas fiscais. Esse cenário calamitoso será herdado pelo governo Lula.

Para enfrentar tudo isso, o grupo de transição e Lula propuseram uma proposta de emenda constitucional, que tem o objetivo de dar a garantia aos que mais precisam de uma renda permanente não só às vésperas da eleição, mas também durante os próximos quatro anos, com benefício mensal de R$ 600. Além de garantir uma renda de R$ 150 a cada criança menor de 6 anos, num universo que reúne 9 milhões delas. Esses recursos, com mais ações complementares, garantem a interrupção do ciclo da pobreza a curto prazo.

A PEC propõe recursos num total de R$ 145 bilhões anuais fora do teto, permitindo folga orçamentária que garantirá mais de R$ 100 bilhões para a retomada de investimentos em obras de infraestrutura, aumento real do salário mínimo, recuperação do Farmácia Popular, recursos para a educação e outras ações estratégicas.

O valor do benefício – R$ 600 – foi defendido por Lula durante a campanha, assim como por seu adversário. Ou seja, tem a chancela do eleitorado. O país todo sabia, já durante a campanha eleitoral, que Lula defendia o benefício.

O presidente eleito já demonstrou, em dois mandatos, seu compromisso com as contas públicas. Lula tem toda a credibilidade para apresentar a proposta para ampliar o Orçamento para cumprir seu compromisso com o povo. Assim, é inconcebível que seja questionado justamente por setores da sociedade que ficaram calados diante da aventura fiscal de Bolsonaro, que estourou seis vezes o teto de gastos, com a estratosférica soma de quase R$ 800 bilhões.

Nosso governo compreende que não há ganho social sem equilíbrio fiscal. Por isso, deve apresentar uma nova âncora, que garanta responsabilidade social e fiscal, com credibilidade, confiança, sustentabilidade e, acima de tudo, previsibilidade.

A aprovação da PEC é questão de justiça social que não deve ser analisada à luz da frieza de especuladores que usam argumentos fiscais para manter privilégios de uma minoria da sociedade. Com o rearranjo orçamentário e a aprovação da PEC, prevê-se a retomada das obras públicas no Brasil, o que poderá impulsionar a economia, gerando milhões de empregos no curto prazo e a longo prazo. A PEC é de todo o povo brasileiro.

Nós vivenciamos nesses últimos 4 anos um governo neofascista incompetente, autoritário e contrário aos interesses nacionais e populares que felizmente está chegando ao fim. A partir do dia 1º de janeiro, o Brasil volta a sorrir e a ter esperança no futuro. •

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