Vieira: “vamos trazer o Brasil de volta”
Ex-chanceler no governo Dilma, o embaixador do Brasil na Croácia quer recolocar o país no centro dos grandes temas globais e fazê-lo voltar a ter respeito
O embaixador Mauro Vieira, 70 anos, já enfrentou muitos desafios. Diplomata de carreira, atualmente no posto da Croácia, ele reconhece que sua missão à frente do Ministério das Relações Exteriores será difícil. Até porque o Brasil perdeu relevância no cenário internacional por conta das posições extremas tomadas por Jair Bolsonaro. Mas não se intimida.
“Política externa é um instrumento da afirmação internacional do país e de defesa da soberania, da presença no mundo. O Brasil esteve ausente do mundo e dos grandes centros de decisão nos últimos anos”, lembra. “Todas as medidas que se tomam são importantes nesse sentido, de trazer de volta o Brasil para o cenário internacional”.
A política externa do governo Bolsonaro é considerada o maior retrocesso para a imagem do país desde o início do século 20. O país deixou de ter relevância e passou a se ver e vender como um pária internacional. Isso se deveu muito ao próprio Bolsonaro e seu primeiro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Ex-chanceler na presidenta Dilma Rousseff, Vieira tem muita experiência. Funcionário de carreira do Itamaraty, formou-se no Instituto Rio Branco, em 1974. Foi embaixador do Brasil na Argentina entre 2004 e 2010 (governo Lula), embaixador nos Estados Unidos entre 2010 e 2015 (governos Lula e Dilma), e representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) entre 2016 e 2020.
Lula o elogiou quando anunciou os nomes dos ministros. “Tenho uma grande relação com Mauro Vieira. Tive uma extraordinária relação quando presidente e resolvi escolhê-lo como meu ministro das Relações Exteriores”, disse o presidente. “O Brasil precisa voltar a ter uma política externa protagonista, uma política externa, como diz sempre o companheiro Celso Amorim, ativa e altiva”. •