Cantor e compositor faleceu em Madri, aos 79 anos, depois de enfrentar um quadro infeccioso. O artista era um dos ícones da chamada Nova Trova Cubana e uma lenda na América Latina

 

Um dos mais importantes artistas da América Latina morreu na terça-feira, 22 de novembro. O cantor e compositor cubano Pablo Milanés faleceu aos 79 anos em Madri, na Espanha, onde vivia há anos com a esposa, Nancy Pérez. O cantor e compositor estava prestes a fazer algumas apresentações, mas suspendeu os shows devido a sua internação. Ele planejava ir ao México e República Dominicana. 

Milanés foi hospitalizado por uma série de infecções recorrentes que nos últimos três meses afetaram seu estado de saúde. A informação foi distribuída à imprensa em comunicado. “Esta situação clínica é secundária a uma doença onco-hematológica que ele sofria há vários anos e que o obrigou a instalar-se em Madrid no final de 2017 para receber tratamento”, apontou o boletim médico.

O artista nasceu em Bayamo, na província de Oriente de Cuba, em 24 de fevereiro de 1943. Em 1964 integrou o quarteto Los Bucaneros. No ano seguinte, com apenas 22 anos, iniciou sua carreira solo. Aos poucos voltou-se para as canções políticas e em 1968 conheceu Silvio Rodríguez pela primeira vez na Casa de las Américas, naquele que seria o preâmbulo da chamada Nueva Trova Cubana.

A partir dali, a carreira de Milanés ganhou o mundo. O cantor e compositor gravou mais de 40 álbuns e promoveu turnês pelo mundo de língua espanhola, incluindo a Argentina, mas também era um frequentador do Brasil, onde manteve amizade com Chico Buarque, Milton Nascimento e Caetano Veloso. Ele gravou com os três brasileiros.

Músicas como “Años”, “Yolanda” e “Yo pisaré las calles nuevo” viraram hinos. Em 1988, Pablo ganhou o prêmio de melhor trilha sonora no Festival de Veneza pela música “Un señor muy viejo con unas alas enormes”, de Fernando Birri, baseado no conto de Gabriel García Márquez. Em 2005, foi agraciado com o Prêmio Nacional de Música de Cuba. 

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, lamentou a a morte do artista, uma das grandes vozes da ilha. “Pablo morreu, lemos ao acordar nesta terça-feira na Rússia, e a dor vem com a notícia. Desaparece fisicamente um de nossos maiores músicos”, disse. “Voz indissociável da trilha sonora da nossa geração. Minhas condolências a sua viúva, aos filhos e a Cuba”. Sua última apresentação em Cuba foi o concerto na Cidade Desportiva de Havana, em 21 de junho de 2022. •

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