Dilma adverte para ameaças

Ex-presidente assina a carta em defesa da democracia e diz que é hora de a sociedade se mobilizar em defesa das urnas, diante dos constantes ataques de Bolsonaro ao processo eleitoral

 

Em meio às crescentes ameaças feitas pelo presidente da República às instituições brasileiras, o Brasil assistiu na última semana à reação da ex-presidente Dilma Rousseff em defesa da democracia. Na quarta-feira, 3, ela anunciou que estava assinando o manifesto em defesa do Estado Democrático de Direito, que já conta com mais de 760 mil assinaturas.

A decisão da petista de se juntar aos signatários do documento, que será lido na Faculdade de Direito da USP, nesta quarta-feira, dia 11 de agosto, se deu por conta do momento que o país. Dilma considera graves as ameaças feitas de maneira permanente e insistente por Jair Bolsonaro.

“No momento em que a democracia está sob grave ameaça e sob constantes ataques do presidente da República, é hora da sociedade civil se mobilizar em defesa do sistema eleitoral e das urnas. Eu assino embaixo em defesa do Estado democrático de Direito”, justificou Dilma, alvo de um golpe de Estado em 2016, quando foi afastada da Presidência da República sem que tivesse cometido crime de responsabilidade.

Os organizadores do manifesto comemoraram a assinatura da ex-presidenta. O movimento tem ganhado corpo e conquistado adesões de artistas, intelectuais, advogados, médicos e jornalistas, entre outras categorias profissionais. A carta foi organizada por ex-alunos do curso de Direito da USP, pela sociedade civil e setores do empresariado.

Dilma considera natural a adesão ao manifesto. uma iniciativa suprapartidária que não menciona o nome de Jair Bolsonaro, ainda que seja uma resposta às ameaças golpistas do presidente. O texto foi concebido com expressões moderadas para atrair o maior número possível de signatários, evitando termos que soassem radicais, divisivos, pró-PT, anti-Bolsonaro ou partidários.

Além de Dilma Rousseff, entre os signatários estão o ex-governador Geraldo Alckmin, candidato a vice-presidente na chapa presidencial de Lula, ex-ministros do STF, como Sepúlveda Pertence e Nelson Jobim, além de banqueiros como Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles. Também assinam o manifesto artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Gal Costa e Maria Bethânia. •