Agente penitenciário federal, o bolsonarista Jorge Guaranho agora é réu por homicídio duplamente qualificado. A Justiça do Paraná aceitou a denúncia do crime oferecida pelo Ministério Público

 

A Justiça do estado do Paraná acatou a denúncia-crime do Ministério Público e tornou réu por homicídio duplamente qualificado o bolsonarista Jorge Guaranho pelo assassinato do tesoureiro do PT, Marcelo Arruda. A decisão foi proferida na quarta-feira, 20, pelo juiz Gustavo Germano Francisco Arguello. Marcelo Arruda foi covardemente assassinado a tiros pelo agente penitenciário federal no sábado, 9, em sua festa de aniversário.

Na sentença, o juiz avalia o motivo de Garanho como fútil, decorrente de “preferências político-partidárias antagônicas”. Além disso, o juiz ressalta que o réu colocou a vida de mais pessoas em risco ao atirar contra Marcelo Arruda. O juiz determinou que Guaranho seja notificado e que deve apresentar defesa em até dez dias. Se condenado, Guaranho pode pegar entre 12 e 30 anos de prisão pelo assassinato de Marcelo Arruda.

“Apesar de a jurisprudência majoritária dos tribunais superiores entender que a decisão de recebimento da denúncia não exige fundamentação, cumpre observar, de modo sucinto, que o caderno investigatório possui a presença de indícios suficientes de autoria e prova de materialidade do crime tipificado no art. 121, § 2º, inciso II e III, in fine, do Código Penal, bem como que restam preenchidos os requisitos do artigo 41 do Código de Processo Penal, razão pela qual recebo a denúncia oferecida em desfavor de Jorge José da Rocha Guaranho”, escreve Arguello na decisão.

Apoiador de Bolsonaro, Guaranho publicava nas redes sociais diversas mensagens de apoio ao presidente da República e seus aliados. Em uma das publicações, ele é visto ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-capitão do Exército.

Guaranho invadiu a festa de Marcelo Arruda, enquanto o tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu comemorava o seu aniversário de 50 anos em festa temática do PT que homenageava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O atirador invadiu a festa gritando “aqui é Bolsonaro” e “mito” e baleou o guarda municipal.

No último domingo, 17, o responsável pela vigilância das câmeras de segurança da Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf), em Foz do Iguaçu (PR), onde acontecia a festa, na noite do assassinato do petista Marcelo Arruda, foi encontrado morto. A principal suspeita é que Claudinei Coco Esquarcini, de 44 anos, tenha tirado a própria vida.

Conforme investigação da Secretaria de Segurança do Paraná, Claudinei seria o “responsável pelo fornecimento de senhas” das câmeras de segurança na Aresf e teria sido por meio dele que Jorge José Gauranho, que foi flagrado atirando contra Arruda, teria tido acesso as imagens da festa com tema sobre Lula e o Partido dos Trabalhadores, que ocorreu no dia 9 de julho em celebração ao aniversário de Marcelo Arruda. •

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