Entrevista | ROGÉRIO CARVALHO – “Lula está na memória afetiva do povo do Nordeste”
Candidato de uma frente ampla ao governo de Sergipe, o senador petista diz que a eleição é vital para o país retomar a esperança. “Com Lula, vivia-se com menos dificuldade, as pessoas tinham mais autonomia, mais liberdade, tinham o que comer, a inflação estava controlada”, lembra.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) tem o desafio de levar o Partido dos Trabalhadores de volta ao governo do Estado, cargo que foi ocupado por Marcelo Déda de 2007 até o seu falecimento em 2013. A experiência petista no governo estadual foi marcante para a população sergipana em função dos avanços na qualidade de vida. O estado chegou a atingir um nível quase que de pleno emprego, mas hoje tem mais de 20% da sua população desempregada. A taxa entre os jovens é ainda maior, alcançando a maioria.
Assim como no plano nacional e em outros estados, em Sergipe a busca é pela construção de uma frente ampla para derrotar o bolsonarismo. Além do PT, fazem parte da coligação Solidariedade, PSB, PCdoB e PV – que integram a federação partidária com o PT – e ainda podem chegar PSOL, Rede e o MDB. Senador de primeiro mandato, ex-deputado estadual, federal e também secretário de Saúde do governo de Déda, Rogério está confiante na possibilidade de vencer a eleição até mesmo no primeiro turno.
A construção da vitória nas eleições estaduais tem ligação intrínseca com a ascensão de Lula e das ideias que ele representa para todo o povo nordestino. O avanço civilizatório é uma marca que está na memória das pessoas, segundo o senador. Nesta entrevista à Focus Brasil, ele fala sobre a rejeição que a condução do combate à pandemia gerou para o Jair Bolsonaro e salientou que a disputa é entre o Brasil do século 18 e um país que possa avançar em direção ao século 22.
Focus Brasil — O senhor participou ativamente da CPI da Covid acompanhou de perto o que aconteceu no Brasil. A forma como Bolsonaro e governos estaduais ligados a ele conduziram a questão deve ser um tema importante na eleição?
Rogério Carvalho — Eu acho que vai. Vamos ter alguma repercussão com relação à opinião pública. Isso está gravado em Bolsonaro: a negligência. As pessoas o veem como um insensível, como alguém que foi negligente e criminoso na condução do combate à pandemia no Brasil. Sinto isso por onde passo. É um sentimento, nós precisamos aferir de forma mais objetiva, mas o sentimento é de que o presidente da República agiu de forma criminosa no combate à covid porque ele produziu um comportamento de risco que levou milhares de brasileiros à morte. E isso considerando que ele promoveu aglutinação, foi contra o uso da vacina e demorou a fazer aquisições e reservas de imunizantes quando o Brasil era campo de teste clínico da maioria das vacinas que estavam à disposição no início de 2021 no mundo inteiro. Ele tentou obstruir as ações dos governadores que queriam isolamento, fez uma aliança com um grupo que negou a vacina e promoveu a ideia de que a sociedade tinha que ficar exposta ao vírus e contrair imunidade adquirida naturalmente ao invés de patrocinar a vacina.
Bolsonaro se associou com a Prevent Senior que passou a ser uma referência do tratamento com o uso de cloroquina, ivermectina e o kit covid. Ele fez testes em seres humanos em Manaus, na Prevent Senior. O presidente patrocinou e as pessoas que fazem parte do governo patrocinaram tudo isso. De certa maneira, uma parte da sociedade tem essa compreensão e eu acho que Bolsonaro já paga um preço por isso. Esse desgaste já está consolidado. Já está no passivo de Bolsonaro. É a minha impressão. Com relação aos governadores, com exceção do governador do Amazonas e alguns do Norte, mas principalmente o do Amazonas, que ficou tentando mediar a relação dele com o Bolsonaro, a maioria teve uma posição ativa e mais ou menos adequada no combate à pandemia. E o Congresso deu respostas, inclusive contrariando o Bolsonaro ao longo de todo o processo. Portanto, acho que já está contabilizada nessa rejeição do Bolsonaro toda a forma como ele se conduziu na pandemia.
— A gente nota a cada dia um fortalecimento do nome de Lula, principalmente no Nordeste. Durante a pandemia, foi o local que mais teve gente voltando para o ciclo da miséria e da fome. Qual é a expectativa que o senhor tem sobre esse anseio da população pela volta dele?
— As pessoas têm esperança. Lula foi presidente e deu dignidade, fez políticas que incluíram milhões de nordestinos. Vamos começar por algo que ninguém repara ou olha pouco, a maioria das cidades nordestinas vivem de transferências constitucionais, ou seja, Fundo de Participação do Município, recursos da saúde, recursos da educação, recursos da assistência social… Mas tem algo que na maioria dos municípios é uma renda maior do que essas transferências: a aposentadoria rural. O Lula garantiu ao trabalhador rural do Nordeste acesso à aposentadoria rural. Uma família que tinha dois idosos que recebiam BPC passou a receber como aposentados rurais. Isso ampliou bastante a renda. Outra questão fundamental foram as políticas de inclusão. O Luz Para Todos, a gente não tem a menor ideia do que isso representou para a região Nordeste e a quantidade de famílias que foram incluídas por conta da chegada da energia elétrica. É uma coisa que é digna de um estudo profundo sobre o impacto disso na economia das famílias porque passaram a poder tirar água, armazenar comida, passaram a ter acesso à informação… Foi uma revolução sem precedentes e isso está gravado na memória das pessoas.
Outro programa que mexeu demais foi o Bolsa Família. Ele não era um programa como esse que o Bolsonaro fez com uma renda única. Era um complemento de renda. Então, se tinha uma pessoa trabalhando, mas tinha oito membros na família, era a média da renda que gerava o complemento do programa. Você tinha uma equalização de renda nas famílias nordestinas que melhorou a vida de muita gente, que gerou a possibilidade de pessoas terminarem a sua formação escolar, pessoas que conseguiram estudar, criar os seus filhos. Depois, o Minha Casa, Minha Vida que é outro programa extraordinário que acabou com quase 90% das casas de taipa, casas inabitáveis ou muito ruins. Elas foram substituídas por casas de alvenaria. O programa das cisternas, o aumento do salário mínimo, isso impactou na previdência, no comércio, na agricultura familiar. Além disso, o crédito, o seguro-safra, o financiamento para aquisição de máquinas. Ou seja, a presença dos governos Lula para a região Nordeste, sem contar os investimentos que foram feitos pela Petrobrás em Pernambuco ou a construção de portos como o Porto de Suape… Esses investimentos que ocorreram em infraestrutura na região Nordeste, a transposição do Rio São Francisco, é um conjunto de obras que gerou renda e que gerou melhoria da qualidade de vida. As pessoas tem lembrança de que elas viviam melhor.
— Muito foi feito em 13 anos dos governos do PT
— Quando você olha para a opinião da população sobre este tempo, na verdade tem uma memória afetiva. Vivia-se com menos dificuldade, as pessoas tinham mais autonomia, tinham mais liberdade, as pessoas não davam o dia de serviço por qualquer preço, elas tinham o que comer, a inflação estava controlada. Aqui no meu estado, por exemplo, no final da década passada, em 2010, nós vivemos praticamente o pleno emprego. Hoje, nós estamos com mais de 24% de desempregados. Se pegarmos a população jovem, é a maioria. A gente teve programas como o Pró-Jovem que foi importante para que muitos jovens pudessem concluir a sua formação de Ensino Médio ou Fundamental, o EJA. São tantos programas… Assentamentos. Vocês não tem noção do que representou a reforma agrária. No meu estado, por exemplo, as mais de 2 mil famílias assentadas mudaram a cara da região mais seca, do semiárido. Com isso, além do assentado veio a agricultura familiar, a compra pela Conab desses produtos para a merenda escolar, ou seja, isso gerou um aquecimento para além da infraestrutura, casa, pavimentação, água… O PAC que impactou de uma forma mais geral. Então, é difícil você conseguir dizer o que foi. Foi o conjunto da obra, a diversidade de intervenções que o governo do presidente Lula fez que é a cara do slogan do governo dele que era inclusive das cores que representavam a marca do governo dele: O Brasil de Todos.
Era um Brasil plural, um Brasil diverso. E também ele foi diverso e plural nas iniciativas políticas que adotou para mexer com a vida das pessoas, mexer na economia e mexer com a renda, mexer com a garantia de direitos… Veja, aqui tem uma questão que às vezes a gente não considera ou fala muito pouco, mas você imagine uma criança que tinha que pegar seis quilômetros de estrada a pé ou 12 quilômetros para ir à escola. Hoje, tem o caminho da escola. Introduziu a ideia de que as crianças que precisam ir para a escola precisam de transporte escolar na zona rural. Sabe o que significa isso? É ir ou não ir para a escola. Então, é um avanço civilizatório muito significativo, tanto do ponto de vista social quanto econômico.
— A partir de tudo isso que o senhor descreveu, qual é a importância das eleições deste ano? Essa forma de entendimento sobre os deveres do Estado e como deveria ser a sociedade brasileira está em jogo?
— Sim. O que está, exatamente, em disputa é qual Estado vamos ter a partir de janeiro de 2023. Um Estado que cumpre as suas responsabilidades constitucionais, um Estado soberano, um Estado que promove e que projeta o desenvolvimento social e econômico, que promove o investimento em ciência e tecnologia, em conhecimento, formação de pessoas para garantir a sua própria soberania enquanto Nação. Então, estamos falando de um Estado que precisa rever o seu marco regulatório fiscal para poder ter recursos e atender as demandas da sociedade. É uma eleição que vai definir o rumo, se nós vamos voltar a ser um país meramente exportador de commodities ou se nós vamos ser um país soberano, industrializado, com geração de riqueza no campo, nos centros urbanos, com cultura, com indústria, com tudo o que uma sociedade moderna exige, com muita tecnologia embarcada em todos os processos, o que requer muito conhecimento, muita ciência e inovação sendo objeto de investimento e de incentivo governamental, pensando e projetando o país para o futuro. É isso o que está em discussão. Qual estado e qual país nós vamos ter a partir de 2023, se retornar ao século 19, século 18 ou se caminharemos em direção ao século 22.
—Não existe eleição ganha, mas a cada pesquisa em que se consolida a liderança de Lula, Bolsonaro dá chilique e ataca o Judiciário. Como o Senado da República vê tais ameaças? Bolsonaro pode enveredar para uma lógica de um ataque como fez o Donald Trump nos EUA?
— A maioria dos senadores tem posição muito crítica à postura do Bolsonaro. E a maioria do Congresso o derrotou quando ele quis o voto impresso. Isso mostra que, apesar de ele ser o governo, o presidente, e a gente sabe da força de um presidente junto a qualquer Parlamento, ele foi derrotado pela legitimidade do processo eleitoral e das urnas eletrônicas. Mesmo a gente tendo ganhado o debate, derrotando a PEC do governo, ele continua atentando contra a Justiça Eleitoral, buscando criar o clima para deslegitimar o TSE, o comando das eleições no Brasil. Quer justificar uma ação de resistência em caso de derrota, o que é muito provável. Mas não vejo que vá ter retaguarda institucional para tanto.
Me preocupa, porém, o dado de que nós tivemos mais de 1 milhão de armas ou de pessoas que se armaram durante o governo Bolsonaro. Isso é muito grave. É muito preocupante. E ele tem incitado a população a se armar para fazer uma insurgência contra um resultado eleitoral que a ele seja desfavorável.
— Em Sergipe, as pesquisas mostram a disputa eleitoral bem equilibrada. O senhor acredita que a polarização deva se repetir no estado?
— Aqui em Sergipe a gente tem uma disputa difícil como na maioria dos estados. Nenhuma disputa eleitoral é fácil, mas eu acho que a gente precisa, óbvio, do apoio da direção nacional para amarrar acordos políticos para a disputa eleitoral. As pessoas estão achando que a gente está no fim das eleições, e ainda não chegou nem no meio dela. Temos uma situação em que o Lula tem ampla maioria segundo pesquisas internas, e isso na espontânea. Quando sou colocado junto dos demais candidatos ao governo do estado, tenho 18% e apareço em segundo lugar. O primeiro colocado tem 30% e o terceiro, 15%. Quando esse primeiro é associado a Bolsonaro, cai bastante. Quando sou associado a Lula, lidero com folga as intenções e voto.
A presença do Lula é fundamental para consolidar a nossa candidatura como vinculada a um projeto de país que Lula lidera para atravessar esse momento e sairmos vitoriosos. É fundamental esse trabalho que a direção nacional tem feito de fazer pesquisas, montar agenda, a presença do Lula na pré-campanha em algumas regiões. Isso vai consolidando a nossa posição e acho que ajuda a definir o resultado. E a gente vai eleger o senador, o nosso candidato [Valadares Filho (PSB)] está entre os primeiros colocados na disputa.
— No Nordeste há uma convicção mais plena de que o eleitor vai fazer inevitavelmente um cotejamento com o presidente. Largar com dois dígitos de intenção de voto onde o PT tem tradição com Lula e Marcelo Deda e mais a junção do seu nome ao do presidente Lula vai levar a chapa a vencer em Sergipe?
— Eu disputei quatro eleições até agora. Uma para deputado estadual, saí vencedor. Uma para deputado federal, fui o mais votado da história. Em 2014, com todas as dificuldades, depois da morte de Déda, Zé Eduardo doente, tive quase 45% dos votos. Perdi por dois vírgula alguma coisa. Em 2018, mesmo contra o governador, o líder de [Michel] Temer, as máquinas todas, eu ganhei a eleição para o Senado. Então, eu acho que essa força do Lula, a imagem poderosa do PT que a gente tem aqui, a memória do PT enquanto governo… Se a gente tiver a competência… Porque também tem isso, às vezes você não consegue ter a competência de transformar isso numa ideia ou ideias-força que convençam, que cheguem ao eleitor. Mas a vinda do Lula, por exemplo, em breve para cá, vai fortalecendo. É provável que a gente possa ganhar a eleição no primeiro turno, dependendo de como fique o arranjo das candidaturas. E se o Lula dispara no primeiro turno, a gente dispara junto porque o voto vai ser casado. Vai ser 13 e 13 ou 22 e 22.
Há informações de que é uma eleição onde a vinculação do pleito nacional com o regional nunca foi tão forte. E a gente sabe que a solução para os problemas do país requer uma mudança na Presidência, mas requer também um alinhamento de posicionamento com essa mudança que vai ocorrer na presidência. A população está enxergando isso de forma ainda pouco clara. A campanha vem para poder tornar isso mais claro, mais palpável. Se a gente conseguir dar essa concretude, não vejo impossibilidade da gente poder, eventualmente, ganhar a eleição no 1º turno. Veja, tudo depende da nossa própria competência. Claro, estamos lutando contra a “máquina”, contra duas “máquinas”, tudo isso tem força. Mas a força maior é a vontade de mudança que as pessoas têm e que está represada, a vontade de retomar a sua vida e a sua construção histórica de onde parou e que foi interrompida a partir de 2014. Eu diria que em 2013 a gente começou a interromper aquele ciclo, então são nove anos de interrupção, na prática, que as pessoas estão vivendo.
Elas querem oportunidades, elas querem uma nova chance de viver o que conseguiram viver, o inimaginável. Quem imaginava que poderia ter uma casa própria? Quem imaginava que poderia ter um carro? Que poderia entrar no banco tomar um empréstimo para comprar televisão, geladeira? Ter energia elétrica? Quem imaginava isso para o Brasil de 20 anos atrás? Pouca gente imaginava que isso poderia ser possível e Lula realizou. Os governos do PT realizaram. Eu acho que de alguma forma isso está latente. Se essa concretude for apresentada, eu acho que a gente avança muito mais rápido do que imaginamos em termos de decisão do eleitorado.
— Quais são os principais desafios que o senhor tem à frente do estado de Sergipe caso vença a eleição?
— Sergipe é um estado muito rico. Temos uma nova fronteira petrolífera, descoberta recentemente, que pode chegar a 500 mil barris de petróleo por dia. Uma parte é da Petrobrás, ainda no sistema anterior, o sistema de partilha. O sistema de cessão onerosa veio depois. Ainda é regida pela lei que a Dilma aprovou. Os poços da Petrobrás vão produzir 240 mil barris de petróleo por dia, os poços da Exxon Mobile devem produzir a mesma quantidade. A retomada dos poços de produção de petróleo em terra… Nós já fomos o maior campo de produção de petróleo em terra do Brasil. A volta da exploração das plataformas de águas rasas. Esse conjunto todo e o retorno da atividade operacional da Petrobrás para Sergipe é uma expectativa muito grande, é muito importante para nós. A Petrobrás, uma empresa pública que faz investimento, é fundamental para assegurar o crescimento e desenvolvimento. Tem a perspectiva da construção de um gasoduto do mar para a terra para transportar esse gás e para que ele não seja reinjetado, como sempre foi, nos poços de petróleo. Então, que ele venha e que possa ser utilizado para a produção de ureia, por exemplo. Nós temos gás e água para produzir ureia para abastecer todo o mercado brasileiro do agronegócio. Em 10 anos, a gente teria gás suficiente para produzir toda a ureia que a gente precisa, sem precisar importar ureia de lugar nenhum. Podemos ter aqui quatro, cinco plantas para produzir 5 milhões de toneladas de ureia por ano. A demanda é de 7 milhões por ano e com as indústrias que já existem a gente atende a demanda do Brasil com o gás saindo do poço e indo direto para a planta industrial. Isso é um sonho.
Temos aqui carnalita que é outro minério fundamental para a produção de fertilizantes. No governo da Dilma, a Vale iniciou a prospecção e já sabe qual é a área, o potencial, a quantidade que se pode produzir e o que significará para a indústria de fertilizantes no Brasil. Nós temos calcário, podemos ter três, quatro fábricas de cimento que é uma demanda, está faltando cimento no mercado. Temos uma fronteira inteira com o Rio São Francisco, podemos ter desenvolvimento da piscicultura. A gente tem uma área turística pouco desenvolvida. Temos uma experiência muito boa na saúde e podemos evoluir e ser uma referência na área de saúde pública. Na área de educação estamos muito atrasados, mas podemos dar um salto gigantesco nos próximos quatro, oito anos. A gente pode dar um salto e virar referência para o Brasil inteiro. Tem potencial para isso porque a população não cresce, a quantidade de alunos que vai para a escola está mais ou menos estável. Então, é investir o dinheiro novo na melhoria da qualidade dos professores, das escolas, escola com esporte, com arte.
Ou seja, tem muita coisa para a gente fazer. Organizar a agroindústria vinculada aos produtores rurais para que a gente tenha uma indústria nascida a partir da base produtiva local para transformar o milho que a gente produz, a mandioca, o cítrico… Tudo isso aqui mesmo. É uma expectativa enorme. Temos banco estadual que ainda é público. Empresa de saneamento que ainda é pública. Então, a gente pode ter água para todos. Pode, sim, ter passe livre para estudante. Podemos ter um cinturão de fibra ótica, internet para todas as crianças nas nossas escolas. Podemos ter um gasoduto que rodeie o estado. Sergipe é um estado que pode ter a maior renda per capita do Nordeste e a maior distribuição de riquezas do Nordeste. Sem sombra de dúvida, esse é um dos estados com melhor qualidade de vida do Brasil.
— A aliança que a sua candidatura está construindo também é ampla?
— Temos aliança com o Solidariedade, PSB, a federação partidária [PCdoB e PV] e estamos negociando com o MDB. Aí seria uma vaga para o PT, uma para o PSB e uma para o MDB e ainda o PT na primeira suplência no Senado. A gente espera que o PSOL venha para a segunda suplência, mas isso se o MDB não vier, ele vai pra vice e a gente amplia com outro partido na segunda suplência. Mas a expectativa é que o MDB possa estar com a gente no primeiro turno ocupando o cargo de vice.
— Ou seja, é uma aliança ampla como a que foi construída nacionalmente pelo Lula.
— É. A nossa aliança já tem um desenho, a priori, igual a do Lula. Igualzinha. É uma reprodução local. O que pode ter é o MDB já no primeiro turno. •