Lula defende reforma que respeite o trabalhador e reconstrua direitos perdidos com as reformas de Temer e Bolsonaro: “Todos precisam ser tratados com respeito, não podem ficar sem seguridade social”

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está comprometido em assegurar os direitos dos trabalhadores, atacados pelas reformas aprovadas pelos governos Temer e Bolsonaro. Em entrevista à rádio Conexão, de Tocantins, Lula declarou que pretende levar ao país na campanha um debate sobre uma reforma trabalhista comprometida em respeitar direitos.

“Eu recebi um documento do movimento sindical, todas as centrais sindicais me apoiaram, não para a gente revogar [a reforma trabalhista], porque ninguém quer a volta ao passado”, declarou. “A gente quer reconstruir, [criar] uma relação de trabalho moderna, que leve em conta o mundo do trabalho de hoje, os avanços tecnológicos. Mas os trabalhadores precisam ser tratados com respeito, não podem ficar reféns, sem ter nenhuma seguridade social”, defendeu.

Lula destacou que, lamentavelmente, a reforma aprovada no governo de Michel Temer apenas se preocupou em retirar direitos e não ajudou o Brasil a gerar empregos. “O que eles fizeram foi a destruição dos direitos conquistados, oferecendo ao trabalhador um nada”, criticou.

Ele lamentou que o governo tenha acenado com empregos intermitentes e a ideia equivocada de um empreendedorismo, quando na verdade houve uma brutal precarização do emprego formal. “Como se você entregar comida numa moto ou numa bicicleta ou se você trabalhar no Uber fosse empreendedorismo”, lamentou. “Nós voltamos quase que a um tratamento do tempo da escravidão”.

Lula disse que quer rediscutir as relações trabalhistas em uma mesa de negociação envolvendo todos os setores. “O que eu quero fazer? Criar uma mesa de negociação entre governo, empresários e sindicatos”, disse. “Se for necessário, chamaremos as universidades, para que a gente construa uma nova relação de trabalho, mas civilizada, mais moderna, mais humanitária do que a que nós temos hoje”. •

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