Na esteira da guerra entre Rússia e Ucrânia e da desaceleração da economia, o governo Bolsonaro cortou para 1,5% sua estimativa para o crescimento do PIB em 2022. Em vez de 2,1% projetados anteriormente, a economia deve ficar 0,6% menor. O mercado espera ainda menos: 0,49%.

Em compensação, as expectativas para a inflação em 2022 subiram. Nas projeções do Ministério da Economia, o IPCA ficará em 6,55%, ante 4,7% esperados em novembro. O INPC irá a 6,70%, contra a projeção de 4,25% em novembro. E o IGP-DI deverá fechar o ano em 10,01%. Antes, estimava-se 5,42%.

A culpa seria da guerra — repetem os chicago boys do ministro Paulo Guedes. A guerra na Ucrânia, claro, não a guerra contra o povo que Bolsonaro vem conduzindo de maneira perversa, desde que assumiu o governo em 2019.

O secretário de Política Econômica, Pedro Calhmann, disse que o conflito na Europa já produziu impactos na economia e seguirá como “um fator de risco”. Além de provocar aumento da inflação, por causa da alta das commodities, e trazer volatilidade ao mercado de combustíveis, há outros riscos: quebra das cadeias globais, deterioração das condições financeiras e impactos sobre o comércio internacional.

Outro dado que mostra a economia com menor fôlego é o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que caiu 0,99% em janeiro. O impacto da variante ômicron sobre serviços, os gargalos na indústria. a inflação e o endividamento das famílias influenciaram o resultado. •

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