Centenas de manifestantes estiveram nas principais capitais do país, no último sábado, 4, exigindo justiça e denunciando o racismo no Rio de Janeiro, onde o imigrante congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, foi espancado até a morte no mês passado.

No Rio, ativistas de direitos humanos, militantes de organizações negras e representantes da comunidade congolesa carregaram placas e bloquearam uma avenida principal no bairro da Barra da Tijuca, onde Moïse trabalhou até ser espancado até a morte, depois de cobrar dinheiro por serviços prestados.

“Pare de matar negros”, gritavam manifestantes carregando cartazes com o rosto de Moïse, cuja família compareceu ao ato. “Peço justiça para meu filho e paz para todos”, disse a mãe do jovem assassinada, Ivana Lay.

Alguns manifestantes com um bastão reencenaram o assassinato de Moïse, capturado por câmeras de segurança. Outros começaram a vandalizar o quiosque à beira-mar e ameaçaram incendiá-lo, antes que os organizadores os convencessem a se retirar.

“Sou uma cidadã farta de ver pessoas sendo assassinadas pela cor da pele”, disse Ana Cristina Arnaut, veterinária presente no protesto, de acordo com relato da agência Reuters. “Isso acontece desde os dias da escravidão. É uma vergonha nacional”, criticou.

A prefeitura do Rio, que fiscaliza o funcionamento dos bares à beira-mar, disse ter cassado a licença do quiosque onde Moïse foi assassinado. O local será transformado em memorial e centro de cultura africana.

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