O PT, que na última semana completou 42 anos de fundação, é um sonho de muitas gerações. É um partido que tem em sua marca originária a força do movimento operário, estudantil, dos professores, da luta pela terra, sindical, das comunidades de base, do movimento ambientalista, negro, de mulheres e de alguns intelectuais que estavam na fronteira do conhecimento, como Paulo Freire, Paulo Singer, Florestan Fernandes, Antonio Candido, Sérgio Buarque de Holanda, que ajudaram a construir esse sonho e esse projeto tão transformador na história do Brasil.

O PT é hoje o partido de maior preferência popular, contanto com a simpatia de 28% dos brasileiros, mas nem sempre foi assim. Apesar de sermos um partido com participação ativa na redemocratização, enfrentamos campanhas de ódio para fomentar o medo e ataques daqueles que nunca quiseram dar vez e voz para os trabalhadores e trabalhadoras no processo de decisão do país. Para ficar em alguns exemplos, quem não se lembra do segundo turno das eleições presidenciais de 1989, em que Lula foi vítima de uma grosseira manipulação do Jornal Nacional, da TV Globo, ou do terrorismo eleitoral de 1994, 1998 e 2002, quando Lula era retratado como radical e pronto para “tocar fogo no país”.

Recentemente, sofremos ainda mais com um processo implacável de perseguição, de agressões e de lawfare, que resultou no Golpe de 2016 e na prisão arbitrária do maior líder popular da história do Brasil. É evidente que ao longo de 42 anos de história cometemos erros e temos cicatrizes, mas o que fizemos pelo povo brasileiro e por este país é muito maior, um imenso legado de realizações.

Foram quatro governos eleitos sucessivamente. Um período em que o Brasil experimentou estabilidade, crescimento econômico, inclusão social e distribuição de renda, nunca vistos. Com Lula e Dilma, retiramos o Brasil do Mapa da Fome, o país foi projetado internacionalmente e o povo passou a ter cidadania e autoestima.

Ao longo de 12 anos, o salário mínimo cresceu 77% em termos reais e foram gerados 21 milhões de empregos formais. Além disso, a renda dos 20% da população mais pobre cresceu 84%. O mais relevante da conquista do nosso projeto é que 36 milhões de brasileiros deixaram a pobreza extrema e outros 42 milhões ascenderam socialmente. Considerando o conceito de pobreza do Banco Mundial, nos nossos governos, a redução da pobreza extrema foi de 9,3% da população para apenas 1%.

São as forças do PT, que tem uma militância incansável, apaixonada e comprometida, e desse legado extraordinário dos nossos governos que habitam as mentes e os corações do povo e do Brasil profundo. É por isso que, agora, pela terceira vez e com humildade e uma dura luta pela frente, poderemos ver Lula subir a rampa e vestir a faixa, com a Praça dos Três Poderes tomada por bandeiras de todas as lutas. E o mundo democrático vai aplaudir.

Somos nós, do Partido dos Trabalhadores, que representamos, nessa encruzilhada histórica do Brasil, a derrota do negacionismo, da extrema direita, do obscurantismo e do retrocesso. Representamos a possibilidade de resgatar a democracia, combater a desigualdade e a fome, reconstruir políticas públicas, como educação, saúde, segurança, e com participação popular, em um país devastado pelos governos Temer e Bolsonaro.

Por tudo isso, cada um de nós tem que dar o melhor de si, de manhã, de tarde e de noite, nesses oito meses que faltam para a eleição presidencial. Porque o PT vai governar o Brasil mais uma vez, com um presidente mais experiente, sofrido, mas ainda mais preparado.

Daqui para frente, vamos construir um plano de governo que resgate nosso legado portador de futuro e nos dedicar a apresentar o caminho de reconstrução e de transformação do Brasil. É imperativo organizarmos os comitês populares Lula presidente nos diversos municípios deste país e nos prepararmos para uma campanha dura e polarizada, em que a esperança prevalecerá sobre o ódio. É Lula, lá. Juntos, vamos mudar de novo este país. •

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