A Polícia Federal informou ao Supremo Tribunal Federal na sexta-feira, 28, que o presidente Jair Bolsonaro teve participação “direta, voluntária e consciente” no vazamento de um inquérito sigiloso divulgado em suas redes sociais, em agosto do ano passado. A afirmação foi feita em despacho assinado pela delegada Denisse Dias Ribeiro, responsável pela investigação.

O documento, datado do dia 24 de novembro, foi anexado aos autos do inquérito que apura ao caso junto ao STF. A delegada afirma que Bolsonaro e o deputado Filipe Barros (PSL-PR) participaram do crime de violação de sigilo funcional, mas não chegou a indiciá-los porque ambos têm foro privilegiado.

Bolsonaro foi intimado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, a prestar esclarecimentos na tarde de sexta-feira na sede da PF em Brasília, mas faltou ao depoimento e recorreu contra a decisão. O ministro negou o recurso apresentado pela Advocacia Geral da União, mas não especificou se vai marcar nova audiência ou adotará outra medida.

Segundo a delegada Denisse Ribeiro, Bolsonaro e o parlamentar se aproveitaram de seus cargos para terem acesso a informações sigilosas e divulgá-las indevidamente. Com o objetivo de desacreditar o sistema eleitoral, Bolsonaro usou as próprias redes sociais para divulgar os documentos, que tratam de um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral. •

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