O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mantém na liderança da corrida presidencial, de acordo com as duas últimas pesquisas eleitorais, realizadas pelo Instituto Poderdata e Ipespe. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) se mantém em situação estável com a reprovação de sua administração em patamares elevados.

De acordo com ambas as pesquisas, há amplo favoritismo de Lula no primeiro turno. Segundo o Poderdata, há empate no limite da margem de erro entre quem vota no petista e o total de intenção de votos de todos os outros candidatos. O ex-presidente tem 42% e os outros, 45%.

Bolsonaro está com 28%, seguido por Sergio Moro, com 8%, e Ciro Gomes, 3%. O governador de São Paulo, João Doria, está com 2%) e o deputado André Janones (Avante), 2%. Os outros nomes têm 1% ou menos — Alessandro Vieira (Cidadania), Simone Tebet (MDB), Luiz Felipe D’Ávila (Novo) e Rodrigo Pacheco (PSD).

O Ipespe mostra um quadro semelhante. Lula tem 44% das intenções de voto e os outros somados alcançam 45%. Bolsonaro chega a 24%, Moro e Ciro, 8% cada e Doria vai a 2%. Os demais candidatos têm 1% ou menos — Tebet, Pacheco, Vieira e D’Avila.

As duas pesquisas também reforçam que há um cenário momentâneo de estabilização dos patamares de intenção de voto. Lula oscila entre 42% e 44% desde setembro do ano passado, segundo o Ipespe. Já Bolsonaro varia entre 24% e 25% pelo mesmo instituto desde novembro, quando Moro entrou na corrida eleitoral.

O ex-ministro de Bolsonaro apareceu nos últimos três meses em patamar que varia de 8% a 11%. O mesmo se verifica em relação a Ciro desde setembro. Doria varia entre 2% e 3% desde novembro, e o patamar mais alto atingido na série histórica foi 5%. Os demais candidatos não passaram em nenhum momento de 1% dos votos.

As duas pesquisas também reforçam a larga vantagem de Lula nos cenários de segundo turno. Segundo o Ipespe, Lula vence todas as simulações e teria 24 pontos de vantagem na disputa contra Bolsonaro (54% a 30%) e 19 contra Moro (50% a 31%). O mesmo se repete no levantamento do Poderdata: 22 pontos percentuais de vantagem para Bolsonaro (54% a 32%) e 23 ante Moro (49% a 26%). Nas duas pesquisas, as distâncias são ainda maiores para Ciro Gomes e João Doria.

Os levantamentos também trouxeram novos dados referentes à avaliação do governo Bolsonaro. O Ipespe segue apontando para um cenário de estabilização da reprovação em patamares altos e da aprovação em níveis muito baixos. Desde agosto, a soma dos que apontam o governo como ruim ou péssimo oscila entre 54% e 55%, e a aprovação varia de 23% a 25% desde julho de 2021.

O Poderdata aponta para uma queda na reprovação, ainda que no limite da margem de erro — de 57% para 53%. É necessário verificar nas próximas pesquisas se tal tendência de queda se consolida ou se é apenas uma variação dentro do limite da margem. A aprovação estaria em 25%, repetindo os patamares verificados desde o começo do segundo semestre de 2021.

No último artigo, exploramos a possível vinculação entre a alta reprovação a Bolsonaro e sua postura negacionista no enfrentamento da pandemia. O levantamento do instituto sugere a possibilidade de o presidente ter perdido terreno inclusive entre aqueles que optaram pelo seu nome em 2018.

Entre os que declaram ter votado em Bolsonaro no último pleito, 22% consideram seu governo ruim ou péssimo; 23% o apontam como regular e 53% avaliam positivamente o seu trabalho. A avaliação positiva é quase nula entre os que optaram por Fernando Haddad (PT), com 2%, e entre os que votaram em branco ou nulo (4%) e quem não votou naquela ocasião: 4%. •

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