Começamos o ano com um cenário de estagnação econômica, inflação de dois dígitos e, principalmente, desemprego, pobreza e fome generalizada. Mas, ao mesmo tempo, um cenário político extremamente promissor para o povo brasileiro, no que diz respeito às eleições presidências de outubro. Todas as pesquisas apontam para uma vitória do ex-presidente Lula, sendo que, em alguns casos, até mesmo em primeiro turno.

Ao que tudo indica, viveremos uma eleição polarizada entre dois presidentes. De um lado, Lula. O líder de um projeto de país com foco no desenvolvimento sustentável, na distribuição de renda, estabilidade econômica, projeção internacional do país, defesa intransigente da democracia, dos direitos humanos, da ciência e do meio ambiente. E Bolsonaro, o representante da extrema direita negacionista, autoritária, antidemocrática, misógina, obscurantista, predadora do meio ambiente, racista, terraplanista e rejeitada pelo mundo civilizado. A chamada “terceira via”, ainda refém da agenda neoliberal, aparece cada vez mais inviabilizada, em uma disputa entre ex-bolsonaristas tardios e quem se omitiu em 2018.

Para além do extraordinário legado dos governos do PT, Lula terá a possibilidade de apresentar ao povo um projeto consistente e inovador, capaz de retomar o crescimento, com geração de emprego e distribuição de renda, retirando o Brasil do atoleiro neoliberal criado por Temer e Bolsonaro.

No momento oportuno, será apresentado um programa de governo que dialogue com a superação da ortodoxia fiscal e que coloque o Estado como grande agente indutor do desenvolvimento, como o mundo está assistindo no plano Biden e na “Nova Geração” da União Europeia. Mas, principalmente, que tenha como foco principal a superação da fome, da miséria, da pobreza, da desigualdade, pela geração de emprego e de renda, especialmente para os mais pobres, e a preservação do meio ambiente, com profundo compromisso com o combate às emissões dos gases do efeito estufa.

Para isso, é imperativo revogar o fracassado e desmoralizado teto de gastos e avançarmos em um novo arcabouço fiscal, que permita uma consolidação fiscal de médio prazo, acompanhada pelo retomada do crescimento econômico e assegurando recursos para as emergências sociais e o investimento público, capaz de alavancar os investimentos privados e impulsionar o processo de reconstrução nacional. Paralelamente, a implantação de uma reforma tributária justa, solidária e sustentável, com medidas que assegurem a progressividade fiscal, como a taxação de lucros e dividendos e a redução dos impostos indiretos.

Outra iniciativa fundamental de Lula para a campanha já aconteceu. Ele pautou o tema da precarização do mundo do trabalho, anunciando compromisso com uma reforma trabalhista que restitua direitos arrancados dos trabalhadores com a contrareforma do governo golpista em 2017. Uma reforma capaz de recuperar mecanismos de acesso à Justiça do Trabalho, de restituir direitos sonegados e de permitir a reconstrução dos sindicatos dos trabalhadores.

É, por isso, que temos avançado na troca de experiências com ações exitosas de governos progressistas no mundo. O exemplo mais recente foi o seminário que fizemos com representantes do governo espanhol a fim de aprofundar o resultado exitoso dos nove meses de negociação tripartite entre o governo e as entidades sindicais (CCOO e UGT) e empresarias (CEOE e CEPYME) daquele país. A Espanha chegou a um acordo ambicioso para alterar a trajetória do sistema de regulação laboral e de relações de trabalho na Espanha.

É esse prestígio internacional, associado ao acúmulo de conhecimento e experiência adquiridos em 13 anos de governo do PT, que asseguram o nosso compromisso histórico com a democracia e com os mais humildes. E  reforçam ainda mais nossa convicção de que 2022 entrará para a história como o ano da esperança.

Liderados por Lula, viveremos uma campanha que mistura a polarização e a paixão militante das eleições de 1989 e o poderoso sentimento da mudança, como foi a eleição de 2002. Esta gigantesca vitória exigirá muito luta e firmeza, mas resultará no resgate de um Brasil solidário, generoso e acolhedor com todos e com todas. Lula vai voltar a governar o Brasil e a esperança, que antes derrotou o medo, irá derrotar o ódio! 

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