Morre o líder comunista, dirigente histórico do MR-8 e vice-presidente do PCdoB. Lula lamenta a passagem do veterano militante político: “Teve papel importante na luta contra a ditadura“

 

M orreu no último domingo, 5, o cineasta e dirigente comunista Sérgio Rubens de Araújo Torres, vice-presidente do Partido Comunista do Brasil e líder histórico do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). Ele dedicou sua vida à luta em defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos do povo. Sérgio iniciou sua militância ainda jovem, no movimento estudantil, e destacou-se na resistência à ditadura, organizando as mobilizações que eclodiram em 1968.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do dirigente partidário e militante político, lembrando de sua atuação firme na resistência à ditadura. “Recebi com tristeza a notícia da morte de Sérgio Rubens. No MR8, teve papel importante na luta contra a ditadura militar, passando 10 anos na clandestinidade”, disse. “Na democracia, que ajudou a conquistar, foi dirigente do PPL e vice-presidente do PCdoB. Meus sentimentos aos familiares”.

Sérgio Rubens também foi cineasta. Teve dois curtas-metragens premiados no Festival JB, então o evento mais importante do cinema amador no Brasil, ainda na década de 1960. Concebia cinema como uma arte ligada ao povo e a serviço do povo. Por toda a vida, manteve ligação com a cultura nacional e popular, sobretudo na arte cinematográfica.

Nos anos de chumbo do regime militar, após a instituição do infame AI-5, diante do total fechamento do espaço político, ele foi um dos que optaram pela luta armada como forma de resistência. Sérgio participou da ação que resultou na libertação dos primeiros presos políticos em troca da soltura do então embaixador dos Estados Unidos, Charles Elbrick.

Ainda nos anos 70, tornou-se um dos principais dirigentes do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8), junto com Cláudio Campos, depois do pleno de 1972, no Chile, que resultou na reconstituição da direção da organização política. Já na década de 2010, foi eleito presidente do Partido Pátria Livre (PPL) e liderou o processo de unificação da legenda com o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), do qual se tornou vice-presidente. Ele deixa a companheira Júlia e os filhos Janaína e Bernardo, além de netos. •