Este é o oitavo de uma série de artigos organizada para oferecer fatos e números que desconstroem as mentiras circulantes segundo as quais a política econômica do PT teria “quebrado o Brasil”. Tais mentiras, construídas e repetidas a partir da falsificação de alegados “fatos econômicos” – que à custa de ser repetida, implantou-se como se fosse verdade e informação correta – inventa, divulga e repete o que é invariavelmente apresentado no noticiário e nas ‘análises’ políticas e econômicas como se fossem desmandos da condução da política econômica do PT.

Nos artigos anteriores, demonstramos a falsidade dessa narrativa no comportamento da dívida externa; das reservas cambiais; da dívida pública interna; dos resultados primários; e dos resultados nominais. Neste artigo, analisamos e repomos a verdade sobre a queda da taxa de juros e seus efeitos na redução das despesas com juros do governo central como proporção da arrecadação tributária federal bruta. O comportamento desses indicadores absolutamente não ‘revelam’ que a economia estivesse vivendo “crise terminal” ao cabo dos governos petistas.

O gráfico 1 (abaixo) mostra o comportamento da taxa de juros (Selic) em períodos selecionados. Note-se que ela atingiu média anual de 33,6% o primeiro governo de FHC e de 19,3% no segundo governo. Nos governos petistas, com Lula e Dilma, a taxa de juros cai sistematicamente, atingindo 9,9% ao ano, em média, entre 2011-2014.

 

Como o PT Salvou o Brasil: a redução da Selic e das despesas com juros

O gráfico 2 mostra a tendencia de queda anual durante os governos do Partido dos Trabalhadores. Observe-se que ela atinge seu menor valor em 2012 — 7,1% —, mais de quatro vezes inferior ao observado em 1998, por exemplo, e quase seis vezes menor à registrada em 1995 e 1997. Mesmo o patamar mais elevado obtido em 2015 (14,2%) esteve abaixo do verificado ao longo dos dois mandatos de FHC.

A elevação ocorrida naquele ano refletiu a inflexão nos rumos da economia a partir do início de 2013, quando o Banco Central inicia um novo ciclo de elevação da taxa de juros, ampliando o endividamento público e restringindo a atividade econômica. Esse movimento também decorreu da crise política, intensificada a partir de 2013, quando a oposição passou a apostar no golpe, na instabilidade institucional e na imposição de limites legislativos para a condução da política econômica.

 

Como o PT Salvou o Brasil: a redução da Selic e das despesas com juros

A queda da Selic reduziu significativamente as despesas com juros do governo central. Nos governos FHC, as despesas com juros representaram mais de 36% da arrecadação tributária federal bruta. Durante os governos petistas, essa proporção caiu para menos de 23% entre 2007-2014 (gráfico 3).

Como o PT Salvou o Brasil: a redução da Selic e das despesas com juros

O gráfico 4 mostra o desempenho anual desse indicador. Note-se que há uma queda sistemática das despesas com juros do governo central como proporção da arrecadação tributária federal bruta, especialmente a partir de 2006. Como mencionado, a elevação ocorrida em 2015 refletiu o novo ciclo de elevação da taxa de juros decidido pelo Banco Central num cenário de intensificação da crise política que culminou no Golpe de 2016.

Como o PT Salvou o Brasil: a redução da Selic e das despesas com juros

Portanto, também no caso desse indicador, não se sustenta a afirmação de que a “crise” gerada pelos governos do PT teria sido “fundamentalmente crise de irresponsabilidade fiscal”, como sustenta o arbítrio delirante. Mais uma vez, os dados demonstram a narrativa dominante serviu aos interesses dos protagonistas da farsa do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

E o que aconteceu nos governos Temer e Bolsonaro?

Esses governos radicalizaram a agenda neoliberal, mergulharam o país na mais grave crise econômica e social da história. A taxa de juros caiu entre 2016-2020, sobretudo, por conta da estagnação provocada pela austeridade econômica que restringiu o poder de compra dos trabalhadores — que também reduz, a partir de 2017, as despesas com juros como proporção da arrecadação tributária.

Mas volta a subir forte em 2021 para conter a inflação provocada pela desvalorização do câmbio, pelos efeitos da crise sanitária nas cadeias produtivas, pelo desmonte das políticas de apoio à agricultura familiar e, sobretudo, pela desastrada política de preços praticada no setor da energia.

Nos próximos artigos demonstraremos, com mais fatos e dados, que o governo do Partido dos Trabalhadores salvou o país. Com o aumento das reservas e a redução das taxas de juros foi possível praticamente zerar o peso dos títulos indexados ao câmbio no total e reduzir a proporção de títulos indexados à Selic, fortalecendo a posição do governo central contra as pressões especulativas do mercado. •