A semana na história – 19 a 25 de Novembro
20 de novembro
Dia da Consciência Negra é celebrado
Conta a história que Zumbi dos Palmares morreu em 20 de novembro de 1695. Não por acaso, foi essa a data escolhida como Dia da Consciência Negra no Brasil — a celebração proposta pelo Grupo Palmares em 1971. O dia de luta foi definido pelo Movimento Negro Unificado em 1978.
Um dos maiores líderes quilombolas da nossa história se tornou símbolo da luta da população negra, que há séculos resiste à opressão e à violação de direitos em nosso país.
A Consciência Negra também resgata a ancestralidade de grande parte da população brasileira, num movimento de retorno às raízes históricas e culturais de povos que chegaram ao Brasil escravizados.
Mais de 100 anos após a abolição formal da escravidão e séculos depois do assassinato de Zumbi, o líder quilombola segue sendo referência de liberdade para negros e negras. Apesar de celebrada há décadas, a data só foi instituída oficialmente há dez anos, em 2011.
Outras datas históricas
20/11/1910: Estoura a Revolução Mexicana
20/11/1975: Fim da Ditadura Franquista na Espanha
24/11/1999: 2º Congresso Nacional do PT, realizado em Belo Horizonte (MG)
22/11/2019: 7º Congresso Nacional do PT, realizado em São Paulo (SP)
21 de novembro de 1979
DITADURA RETOMA O pluripartidarismo
Em 21 de novembro de 1979, o Congresso aprova a lei que declara extintos Arena e Movimento Democrático Brasileiro (MDB) — os dois partidos criados pelo Ato Institucional n° 2 (AI-2) em 1965. O Brasil retomava, assim, o pluripartidarismo. A Lei Orgânica dos Partidos instituiu novas regras para a criação de legendas, mas a fundação de partidos comunistas continuou vetada pela Lei de Segurança Nacional.
O objetivo da ditadura com a chamada “reforma partidária” era dividir o MDB antes das eleições de 1982, o que ficava claro pela exigência de que as novas legendas se chamassem “partido”, com siglas começando pela letra “P”.
Ulysses Guimarães decidiu, então, acrescentar a letra obrigatória à nova legenda, que passou a se chamar PMDB. Já a Arena mudou o nome para Partido Democrático Social (PDS).
22 de novembro de 1910
Estoura no RIO a Revolta da Chibata
De 22 a 27 de novembro de 1910, soldados da Marinha brasileira tomam o controle de quatro navios de guerra ancorados na Baía de Guanabara, ameaçando bombardear a cidade do Rio de Janeiro, então capital do país. A Revolta da Chibata foi liderada pelo “Almirante Negro”, como ficou conhecido o marinheiro João Cândido Felisberto. A principal reivindicação dos trabalhadores amotinados era o fim dos castigos corporais impostos pelos oficiais.
Pressionado após seis dias de tensão, o presidente Hermes da Fonseca acatou o manifesto redigido pelos marujos, assumindo o compromisso de dar fim aos maus tratos e anistiar os envolvidos na revolta. A promessa do governo, no entanto, não foi cumprida. A represália aos soldados marcou os dias seguintes à Revolta, com dispensas e prisões.
20 de novembro de 2004
Morre o economista Celso Furtado
Em 20 de novembro de 2004, o Brasil perdeu um de seus mais importantes pensadores. Vítima de um ataque cardíaco, o economista paraibano Celso Furtado deixou um valoroso legado de reflexão intelectual aliada à atuação política. Furtado escreveu, entre outros títulos, o clássico “Formação Econômica do Brasil”.
Em sua vasta obra, o autor enfatiza o papel do Estado na economia e se opõe à ideia de que o subdesenvolvimento seja uma etapa para o desenvolvimento. Segundo ele, o subdesenvolvimento é, sim, uma forma de organização social do sistema capitalista.
Essa combinação de pensamento econômico com história é uma das mais importantes contribuições de Celso Furtado.
No âmbito político, após sua atuação na Sudene, Celso Furtado foi nomeado titular do novo Ministério do Planejamento no governo João Goulart. No cargo, idealizou o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social, com regras e instrumentos rígidos para o controle do déficit público e da inflação. Após o golpe militar, foi incluído na lista de cassados pelo AI-1, perdendo seus direitos políticos.
18 de novembro de 2019
Josué de Castro publica “Geografia da Fome”
Referência fundamental para a análise dos impactos sociais do subdesenvolvimento, “Geografia da Fome” foi publicado pelo pernambucano Josué de Castro em 25 de novembro de 1946. Contrariando a corrente do pensamento reinante à época — que atribuía a miséria às condições naturais, climáticas e étnicas —, o autor apresentava a fome como fruto da ação humana e da condução econômica do país. “Fome e subdesenvolvimento são uma mesma coisa”, afirmou. E concluiu: o subdesenvolvimento é produto da apropriação injusta da abundância de recursos da natureza.
Josué foi pioneiro ao defender a instituição do salário mínimo como garantia de segurança alimentar das famílias. Formulou ainda, para o governo, uma política de merenda escolar com o objetivo de reduzir a subnutrição infantil, além de ser um veemente defensor da reforma agrária, convencido de que a agricultura familiar fixaria o homem ao campo e garantiria a produção de alimentos necessária para a superação da miséria.
Elegeu-se duas vezes deputado federal pelo PTB de Pernambuco. Nesse período, assumiu também o cargo de presidente do Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Em 1963, foi indicado embaixador do Brasil na ONU.