Após pedir trégua, o eterno candidato do PDT à Presidência parte para a baixaria contra Lula e Dilma. A ex-presidenta reage às intempéries do ex-ministro da Integração no governo Lula: “Misógino e mentiroso”. Mas ele insiste nos ataques

 

Depois de abandonar a luta política em 2018, escondendo-se em Paris para não ter de subir no palanque de Fernando Haddad contra Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Integração Nacional no governo Lula, Ciro Gomes, retomou os ataques aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Na segunda-feira, 12, ao conceder uma entrevista ao Estadão, o pré-candidato do PDT à Presidência acusou Lula de ter tramado a derrubada de Dilma.

A ex-presidenta reagiu prontamente. Nas redes sociais, denunciou Ciro de mentir descaradamente porque está empacado nas pesquisas eleitorais, atrás de Lula e do líder da extrema-direita nacional. Partindo para o tudo ou nada, Ciro promoveu um ataque virulento à ex-presidenta. Chamou-a de presunçosa e incompetente e a acusou de ocupar o cargo de presidenta da República de forma “tosca” e que ela e Lula “se merecem”.

Na sequência, Dilma voltou às redes sociais e afirmou que o pedetista usa “argumentos golpistas”, distorce fatos e que sua visão sobre ela é “profundamente misógina”. E o comparou ao atual presidente da República: “Não se difere em nada de Bolsonaro. Ambos adoram quando os alvos de suas agressões reagem. Precisam disso para obter likes e espaço na mídia. É disso que se alimentam”, escreveu.

Dilma afirmou que Ciro usa “argumentos golpistas”, distorce fatos e que sua visão sobre ela é “profundamente misógina”. “O mais triste de tudo isso é que Ciro se diz arrependido de ter defendido a democracia”, acusou Dilma. “E ainda usa os mesmos argumentos dos golpistas que diz ter combatido”. Ao final, a ex-presidenta lamentou “ter, em algum momento, dado a Ciro Gomes a minha amizade”.

Os ataques gratuitos a Dilma levaram parlamentares petistas a manifestar solidariedade à ex-presidenta. Na quinta-feira, deputados reagiram. “Vejo que um pré-candidato a presidente da República que, certamente, vai subir no palanque de Bolsonaro para apoiar a agenda neoliberal dele, criticar a ex-presidenta Dilma e o ex-presidente Lula. Isso é inveja ou é ignorância. Ou é mau-caratismo?”, indagou o deputado Pedro Uczai (PT-SC).

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) também subiu à tribuna: “Eu quero dizer que eu conheço Dilma Rousseff. Neste país, ela é transparente e não cometeu nenhum delito. As ilações do candidato são inoportunas, indevidas — desculpem-me — e mentirosas com relação a Lula”.

Nas redes sociais, Dilma recebeu a solidariedade de internautas. E ainda ganhou seguidores. Segundo a Social Blade, Ciro iniciou a briga na terça-feira, 12, com 1.274.437 seguidores no Twitter. E perdeu mais de 2 mil seguidores até sexta-feira. Já Dilma subiu de 6.406.655 na quarta-feira para 6.416.818. Um salto de 10,2 mil seguidores.

`