“É papel de um presidente manter acesa a confiança no presente e no futuro”, lembou Lula. No Dia da Independência, o ex-presidente levou aos brasileiros a mensagem fundamental de esperança em dias melhores: “Vamos reconstruir esse país, com justiça, soberania e oportunidades”

 

No Dia da Independência, enquanto o presidente Jair Bolsonaro apregoou a desobediência civil e cometeu novos crimes de responsabilidade ao atacar a Suprema Corte, anunciando que descumprirá decisões judiciais, Luiz Inácio Lula da Silva voltou a trazer a esperança de dias melhores e uma sociedade mais justa e fraterna aos brasileiros. Às vésperas das comemorações do 7 de Setembro, Lula falou à Nação. Reafirmou que é possível reconstruir o Brasil, com a força e a coragem do povo, para transformar a realidade, de ódio e destruição das riquezas nacionais, em um destino com soberania, paz e prosperidade. 

“Tive a honra de presidir o Brasil durante oito anos”, lembrou. “A cada 7 de Setembro, procurava trazer uma mensagem de esperança para o povo brasileiro. Recordo que, muitas vezes, anunciei boas notícias nessa data. Porque o Brasil, naquele tempo, era um país onde a vida das pessoas estava mudando para melhor”, disse.

“A cada dia mais empregos eram criados, o salário crescia, os jovens negros e filhos de trabalhadores chegavam à universidade, as oportunidades se abriam para quem precisava ter uma chance”, observou. Lula lembrou que a Data Nacional da Independência também tornou-se “um dia para compartilharmos nossas conquistas”.

Ele enfatizou que é papel do presidente “manter acesa a confiança da população no presente e no futuro do país, mostrar que é possível superar os obstáculos“. Disse o ex-mandatário: “Um presidente tem de saber somar forças para governar com esse sentimento permanente, porque é dele que vem um exemplo para o país”.

Lula lamentou o quadro de crise aguda da economia brasileira, em especial a volta da fome, a explosão do desemprego e da inflação que massacraram o poder de compra do trabalhador — frutos da política de Bolsonaro desenhada por Paulo Guedes. Ele também criticou o atual ocupante do Planalto por sua falta de empatia e solidariedade com o sofrimento do povo. “Ao invés de somar, [Bolsonaro] estimula a divisão, o ódio e a violência. Definitivamente, não é isso que o Brasil espera de um presidente”.

“Especialmente neste 7 de Setembro de um ano tão difícil, era de se esperar um gesto assim de quem está governando o país, que ele desse uma palavra de solidariedade às famílias vítimas da pandemia e viesse anunciar um plano para garantir a vacina para todos, pondo um fim a essa angústia que a população vive”, declarou Lula, em seu pronunciamento aos brasileiros.

“Era de se esperar um plano para gerar empregos, que desse um alento aos trabalhadores. Que viesse dizer que a Petrobrás vai voltar a vender gasolina pelo custo real e não mais pelo preço do dólar. Porque foi essa política errada que fez disparar os preços dos combustíveis”, criticou. Ele lembrou que, sem o Estado, não é possível crescer com soberania.

“O Brasil andou para trás porque o governo federal parou de investir no crescimento e nos programas que ajudam o povo”, criticou. “Cortaram as verbas das escolas, dos hospitais, da agricultura familiar, encolheram o Bolsa Família. Nenhum país do mundo vai para frente sem investimento público”, advertiu.   

Pobre no orçamento

Para Lula, o caminho de prosperidade passa por investimentos sólidos em programas que incluam a população mais vulnerável no orçamento federal. Além disso, é necessário uma reforma tributária mais justa com que ganha menos e equilibrada para os mais ricos.

“Venho dizendo que a solução para o país é colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”, insistiu. “A fome, a pobreza, o desemprego e a desigualdade não são mandamentos divinos, são resultado de erros que nós podemos e devemos corrigir, para mudar essa situação. Mudar com coragem, com confiança na nossa gente e com democracia sempre”, disse.

“Pararam as obras que geram emprego, que fazem a economia crescer e, ao mesmo tempo, continuaram cobrando, cada vez mais, imposto dos pobres do que dos ricos. São essas injustiças que precisamos enfrentar novamente para colocar o Brasil em pé”.

 

Reconstrução e fé no futuro

Lula encerrou sua fala pedindo aos brasileiros que confiem na própria capacidade de superar adversidades e que tem fé em dias melhores para a atual e futuras gerações. “Sei que a vida nunca foi tão dura para a imensa maioria do nosso povo”, disse. “Mas eu aprendi a acreditar sempre na força dos brasileiros e das brasileiras“.

“Neste 7 de setembro, quero deixar registrada uma mensagem de esperança: é preciso continuar lutando para superar esse momento, como superamos tantas outras crises no passado. Tenho fé que vamos reconstruir esse país, com justiça, soberania e oportunidades para nós, nossos filhos e netos”, encerrou o presidente.