Depois de inúmeras ameaças às instituições do Estado democrático de direito, postagens empunhando armas nas redes sociais nas quais atacava, ameaçava e desqualificava os ministros do STF, do TSE e inclusive o embaixador da China no Brasil, além de declarações homofóbicas, misóginas e preconceituosas, o STF reagiu e decretou a prisão preventiva do ex-deputado federal cassado Roberto Jefferson. “Somos o rugido da vida e da liberdade”. Foi com frases como esta, recentemente postada nas redes sociais, que o ex-ministro de Collor e ex-deputado federal Roberto Jefferson foi construindo uma trajetória política de desserviço à democracia e aos direitos do povo. Como costuma acontecer com os bravateiros em geral, Jefferson agora está preso.

Na última sexta-feira, 13, por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, o antigo cacique do PTB, do qual ainda é presidente, foi preso preventivamente no Rio de Janeiro, sob a suspeita de participar de organização criminosa que espalhava ataques à democracia via internet, na forma de injúrias de toda a sorte e fake news.

A ordem do ministro foi expedida após investigações da Polícia Federal encontrarem evidências da participação de Jefferson num grande esquema golpista de ataques à ordem democrática.

Fake news e golpismo estão no DNA do ex-deputado. Foi uma entrevista dele à jornalista Renata Lo Prette, em 2005, que deu início ao escândalo que culminaria na ação penal 470. Recentemente, de maneira explícita, vinha usando as redes sociais para postar mensagens de ódio e ruptura democrática. Numa delas, fazia coro com Bolsonaro e afirmava que não haveria eleição no ano que vem sem o voto impresso. Além da ação nos bastidores que gerou a investigação da PF e o pedido de prisão.

O Ministro Alexandre de Moraes autorizou também a apreensão de armas e de equipamentos na residência de Jefferson. A ação judicial é um desdobramento das investigações das fake news e das manifestações contra os Poderes da República que contaram com a presença do presidente e de outras autoridades do governo, e faz parte do inquérito das chamadas milícias digitais.

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