País perde três grandes brasileiros
A semana que passou foi trágica para a cultura e o sindicalismo brasileiro. Perdemos o ator e diretor Paulo José e o também ator Tarcísio Meira. Perdemos também o dirigente sindical Wagner Gomes, secretário-geral da Central dos Trabalhadores Brasileiros, CTB e dirigente histórico do Partido Comunista do Brasil, PCdoB.
Três figuras extraordinárias, que deixam o Brasil mais pobre e órfão de suas capacidades criativas. Wagner Gomes, 61 anos, ex-presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo faleceu prematuramente de infarto agudo do miocárdio, causando extrema comoção no movimento sindical brasileiro e nos setores progressistas. Wagner Gomes, foi também candidato a Senador por SP.
O ator e diretor Paulo José, conhecido por interpretar diversos papeis de destaque na televisão, no cinema e no teatro, faleceu no Rio de Janeiro aos 84 em decorrência de pneumonia. Paulo José foi juntamente com Augusto Boal, Flávio Império e outros, fundador do revolucionário Teatro de Arena, em São Paulo. Na TV, protagonizou na década de 1970 a Shazan, no programa Shazan e Xerife, interpretado pelo saudoso ator Flávio Migliaccio. No cinema, entre tantas interpretações de relevo destaca-se sua participação em “Macunaíma”, de Joaquim Pedro de Andrade contracenando com o magistral Grande Otelo.
Seu último trabalho no cinema foi no Documentário “Todos os Paulos do Mundo” baseado nos seus 60 anos de carreira e dirigido pelos cineastas Gustavo Ribeiro e Rodrigo Oliveira, finalizado em 2018.
Outra perda dolorosa e que abre uma lacuna na teledramaturgia brasileira é a do ator Tarcísio Meira, falecido aos 85 anos pela Covid 19. A história de Tarcísio se confunde com a história da TV brasileira. Foram mais de 60 anos ininterruptos de uma carreira de sucessos. Célebre, foi sua participação nos anos de 1970 na novela “Irmãos Coragem” de Janete Clair. No cinema participou com destaque em dezenas de filmes. Entre os quais “Beijo no Asfalto” de Bruno Barreto e baseado na obra de Nelson Rodrigues e Independência ou Morte, do diretor Carlos Coimbra.
O último trabalho de Tarcísio Meira foi no Teatro da FAAP, em SP, no ano de 2020, onde encenou a peça “O Camareiro” do dramaturgo inglês, Ronald Harwood e sob a direção de Ulisses Cruz.
Três personalidades e três histórias de amor e dedicação ao sindicalismo, às artes e à cultura do Brasil.