A luta pela abertura do processo de impeachment de Jair Bolsonaro, por seus inúmeros crimes de responsabilidade, é questão central para a defesa da vida, da democracia e dos direitos da população. O impeachment tornou-se, de fato, uma questão de sobrevivência do Brasil como Nação, diante de um governo de destruição, com um projeto autoritário de poder e uma política de genocídio deliberado na pandemia do coronavírus.

Por todas estas razões, o PT vem empunhando esta bandeira e teve participação ativa na construção do chamado “superpedido de impeachment”, protocolado na Câmara dos Deputados na quarta-feira, 30 de junho. Esta petição reúne mais de 20 crimes de responsabilidade de Jair Bolsonaro que já haviam sido denunciados em 123 pedidos anteriores, inclusive por nosso partido, e foram engavetados pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, e por seu antecessor, Rodrigo Maia.

A força do superpedido de impeachment está nos argumentos muito sólidos que o sustentam e também na amplitude das forças políticas e sociais que o apresentaram. Além de ser assinado por todos os partidos de oposição, conta com representantes de partidos do centro e da direita, que votaram em Bolsonaro e até participaram de seu governo e sua base de apoio. E o pedido conta, principalmente, com a representatividade social dos movimentos populares, das centrais sindicais e das mais diversas organizações sociais e porta-vozes da democracia e dos direitos em nosso país.

É a força das ruas, no entanto, que terá capacidade de fazer o impeachment avançar num Congresso onde a maioria, a começar pelo presidente da Câmara, se mostra insensível à tragédia que já ceifou a vida de mais de meio milhão de homens, mulheres e crianças em nosso país. Insensível aos crimes de Bolsonaro contra as instituições, seus ataques à democracia, suas ligações carnais com as milícias, com o crime organizado e com os que roubam dinheiro público. Uma maioria que se compõe com este governo criminoso para obter vantagens e avançar com voracidade sobre o Orçamento da União.

O PT está nessa luta de forma coerente e unificada, sempre buscando ampliá-la junto aos diversos setores sociais e políticos do país, junto aos que defendem a democracia e o respeito à vida como questões fundamentais. Nós sempre apoiamos e estamos participando da convocação conjunta dos atos e manifestações de rua pelo Fora Bolsonaro, conscientes das medidas que temos de tomar para reduzir os riscos de contágio.

Estamos conscientes também de que a imensa maioria da população já se expõe a esses riscos na luta cotidiana pela sobrevivência, porque foi abandonada pelo governo Bolsonaro na hora mais difícil; porque não tem vacina, não tem o auxílio necessário dos R$ 600, não tem políticas públicas para enfrentar nem a pandemia nem a crise econômica por ela agravada.

Não temos nenhuma ilusão de que seu governo cairá pela vontade ou pelo arrependimento das elites que o colocaram onde está, porque são elas que mais se aproveitam da miséria e da pobreza causadas pelo modelo concentrador de riqueza e privilégios que Bolsonaro executa. Com ele ou sem ele, estes setores poderosos sempre estarão contra o povo e contra o projeto de país que o PT defende e que o presidente Lula representa.

Nós defendemos o impeachment para livrar o Brasil de Bolsonaro e de todo o mal que ele encarna. Não há cálculo político nem eleitoral nessa decisão, que não seja encerrar o capítulo trágico da história que este governo representa. O impeachment por crime de responsabilidade – neste caso, por incontáveis crimes de responsabilidade – é a resposta democrática constitucional, que só a pressão organizada e massiva da sociedade fará acontecer.

Encerrada esta aberração chamada Bolsonaro, o Brasil continuará diante do imenso desafio de reconstruir a economia em bases que possam gerar os milhões de empregos necessários, de eleger um governo  voltado a combater a desigualdade, vencer novamente a fome e garantir os direitos do povo e o primado da democracia. É para enfrentar esse desafio que a esperança do povo brasileiro se traduz em um nome: Luiz Inácio Lula da Silva.