Era preciso reencontrar o Brasil. Aquele Brasil que passa ao largo dos cálculos políticos, que às vezes nem sabe que é possível pensar num futuro melhor. E mostrar ao outro Brasil e ao mundo que esse Brasil existe e que nada vale a pena se essa porção do país permanecer excluída. Em abril de 1993, Lula partiu para as Caravanas da Cidadania, percorrendo 30 mil quilômetros de bolsões de miséria e abandono.

Era preciso reencontrar o Brasil. Aquele Brasil que passa ao largo dos cálculos políticos, que às vezes nem sabe que é possível pensar num futuro melhor. E mostrar ao outro Brasil e ao mundo que esse Brasil existe e que nada vale a pena se essa porção do país permanecer excluída. Em abril de 1993, Lula partiu para as Caravanas da Cidadania, percorrendo 30 mil quilômetros de bolsões de miséria e abandono. Quando retornou da longa viagem, ele dizia que ninguém conhecia esse Brasil melhor que ele – e estava apenas falando a verdade.

Não à toa, as pesquisas de opinião que os jornais começaram a publicar mostravam que Lula seria imbatível nas eleições presidenciais de 1994. Nos bastidores dos setores conservadores, testavam-se estratégias para evitar que isso ocorresse.

Então veio o Plano Real. No início, parecia ser mais uma dessas mágicas das quais o cidadão já estava calejado: fórmulas complicadas, com um monte de siglas, para reajustar salários e preços, que no final apenas conseguem elevar a inflação para um patamar mais alto. Assim havia sido no Plano Cruzado, de Sarney, e no Plano Collor.

Mas a inflação parou de crescer! (certamente continuou crescendo, mas num ritmo infinitamente menor). E o promotor do Real, o ministro Fernando Henrique Cardoso, candidatou-se a presidente, mostrou sua mão aberta com cinco dedos simbolizando suas prioridades e elegeu-se no primeiro turno. O que poucos suspeitavam era que o sucesso do Real dependia de um custo social muito elevado.

Para o PT e seus aliados ficou uma sensação estranha, um gosto amargo: os comícios da campanha “Lula Brasil” – o mote adotado em 1994 – continuavam atraindo toda aquela multidão, mas… cadê a garra, a alegria, a disposição, a vontade; cadê a militância de 1989?

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