O DECLÍNIO DO IMPÉRIO AMERICANO
O Estados Unidos sob Donald Trump se tornou um país belicoso, ameaçador e que pode levar o mundo a uma guerra comercial – e, talvez, até à guerra global.

O título desta semana é uma piada, mas também é o título de um filme. O filme “O Declínio do Império Americano” , do diretor canadense Denys Arcand, é de 1986. No filme, oito amigos se encontram para um jantar e conversam, entre outras coisas, sobre teorias que explicavam o mundo que no final da década de 1980 começavam a ser contestadas. Ao mesmo tempo, falam sobre as escolhas políticas e culturais que a geração ainda nascida nos anos 1950 fez nesse período.
Quanto à piada, é mais fácil de explicar. Desde que Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos, em 20 de janeiro de 2025, ele vem tomando medidas, muitas das quais eram promessas de sua campanha, que tem deixado o restante do globo em alerta. Em poucas palavras, para tornar a ‘América’ grande de novo, Trump vem brigando com vizinhos, declarando guerras comerciais, humilhando antigos aliados do país e patrocinando (ainda) morticínios na Palestina. E isso só para começar.
Internamente a coisa não é melhor: ele declarou guerra aos imigrantes ilegais, está perseguindo a pesquisa científica de ponta, desmantelando o Departamento de Educação. Tudo isso aponta, no mínimo, para um período de turbulência nos Estados Unidos e a partir de lá. E por que isso nos importaria? Apesar de o Brasil não ter se curvado às ameaças tarifárias de Trump, os Estados Unidos interferem brutalmente no equilíbrio de poder do mundo inteiro – e na América Latina, ainda mais.
Por isso, a seleção de hoje vai privilegiar dicas culturais que falam dos Estados Unidos, aquele que produziu cultura, ciência e tecnologia que amamos, mas também aquele que odiamos, que pode levar o mundo à beira do abismo.

PEGA NO TAMBORIM, TIO SAM!
Entre Brasil e Estados Unidos, há um terreno onde reina a admiração (com pitadas de uma certa competição) e o intercâmbio produtivo: a música. Nessa playlists, você vai ouvir algumas das canções mais emblemáticas do Brasil na voz de americanos ilustres como Frank Sinatra, brasileiros cantando em bom inglês canções brasileiras para gringo ouvir e apreciar e, ao contrário, cantores e compositores brasileiros fazendo letras bem humoradas sobre essa relação entre dois países com músicas populares ricas e diversas.
Clique aqui para ouvir a playlist no Spotify.

HOLLYWOOD, FÁBRICA DE SONHOS E PESADELOS
Em cinco filmes, a história da formação, glória e decadência dos Estados Unidos. Podemos começar com “Django Livre”, do diretor Quentin Tarantino, que tematiza a violência da escravidão nos EUA. E seguimos com “Relatos do Mundo”, de Paul Greengrass, um faroeste com Tom Hanks. Pulamos para Nova York do século 20 em “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola, talvez o cineasta que melhor tenha tematizado o melhor e o pior dos Estados Unidos do século 20.
Como quarto da lista, um documentário contemporâneo sobre a internet e as redes sociais, “O Dilema das Redes”. E finalizamos com “O Mundo Depois de Nós”, o filme de produção mais recente de todos. De 2023, a obra do diretor Sam Esmail trata, justamente, do fim do “império americano”.
Todos os filmes estão disponíveis na Netflix.

TERRA DAS… OPORTUNIDADES? PARA QUEM?
Romance de fôlego da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, conta a história de uma jovem nigeriana que vai para os Estados Unidos estudar. Nos EUA, começa a se entender como triplamente discriminada; por ser negra, mulher e africana. Publicado em 2013 e traduzido no Brasil 2014, “Americanah” se tornou best seller mundial (veja aqui uma resenha em vídeo) pela sua capacidade de, claro, contar uma boa história, mas que toca em temas politicamente importantes como o racismo, a xenofobia e o feminismo.