O artista Thiago Aguiar de Souza, que assina suas obras como Cirrose, é também conhecido como Favela em espaços por onde circula. Expõe seus trabalhos na Av. Paulista, e chama a atenção pela criatividade ao utilizar peças antes consideradas “lixo”, que são recicladas.

Seu interesse por desenho começou ainda pequeno, quando observava e se encantava vendo a mãe desenhar. No final de 1999 e começo dos anos 2000, virada do século, ele conheceu a cultura hip hop, envolveu-se com o graffiti e a pixação. Conheceu os trabalhos do Binho, a baratinha, e se conectou com as letras que ele mandava. Até então, ele não via a arte como uma profissão, era mais uma atividade de lazer.

Ao visitar uma exposição de Os Gêmeos, na Barra Funda, zona Oeste de São Paulo, ficou encantado, o que alimentou sua vontade e interesse de tornar-se artista profissional. Em 2017, fez dois cursos de desenho básico no Senac e decidiu que precisava estudar mais para se profissionalizar.

Nos meandros da vida, em 2018, quando a mãe de Thiago estava em fase terminal do câncer, o médico recomendou que fizesse artesanato para passar o tempo e aliviar parte das dificuldades. Como ela tinha muito biscuit e material de pintura, Thiago retornou a São Paulo e passou a fazer também esses trabalhos. Começou a passar os personagens que desenhava para a massa, procurou no YouTube sobre cores, técnicas, e a vontade de aprender foi maior do que o medo de errar.

Atualmente, ao 34 anos de idade, Thiago usa materiais variados: palitos de sorvete, de dentes, de pirulito, de churrasco, papelão, fio, tampa de pasta de dentes, caixas de fósforo, isqueiros, serragem, madeira, biscuit, cola, latinha, fone de ouvido, carregador, papel, areia, cimento entre outros materiais que vão aparecendo no dia a dia, que iriam para o lixo, mas que a criatividade e disposição de Thiago transforma em uma bela arte que retrata aspectos da vida e da arquitetura das favelas e periferias.