Reconexão Periferias

Violência

Chacinas e a Politização das Mortes no Brasil


Os resultados apresentados são frutos da pesquisa Chacinas e a Politização das Mortes no Brasil.  O estudo tem como objetivo analisar como são reportadas as dinâmicas dos conflitos no Brasil, tendo como foco as ocorrências de homicídios múltiplos com três ou mais vítimas fatais, comumente referidos pelo termo jornalístico “chacina”. O instrumento para isso foi a construção de um banco de dados com as notícias de casos de chacinas de veículos de imprensa de todo país, coletadas por meio do buscador Google utilizando-se o termo “chacina”, com recorte de períodos semanais, entre os anos de 2011 a 2020. Os campos do banco de dados pretendem caracterizar as ocorrências, vítimas, autores, instrumentos, prováveis motivações e eventuais repercussões.

Nota Metodológica

Chacinas e a Politização das Mortes no Brasil Reconexão Periferias Fundação Perseu Abramo

O presente site interativo é um dos resultados do projeto Chacinas: A politização das mortes no Brasil, desenvolvido desde 2018 no âmbito do Projeto Reconexão Periferias, da Fundação Perseu Abramo. O objetivo deste projeto foi analisar dinâmicas de violência no Brasil, tendo como foco as ocorrências de chacinas, como são conhecidas as ocorrências de homicídios múltiplos com três ou mais vítimas fatais. 

De início, a equipe deparou-se com limitações nas fontes de informação sobre o fenômeno. A primeira delas decorre do fato de que homicídios com três ou mais vítimas fatais não são codificados como “chacina” no Código Penal. Deste ponto de vista, são homicídios múltiplos. Por tratar-se de termo jornalístico e não jurídico, não há estatísticas ou informações de órgãos oficiais sobre casos como estes.

Para viabilizar o projeto, reconheceu-se o potencial da imprensa como fonte para a construção de um banco de dados sobre chacinas no Brasil, que permitisse o mapeamento dos principais contornos do fenômeno. Portanto, para este estudo, a decisão foi pela construção de uma base de dados a partir de notícias da imprensa, contemplando categorias que permitissem a caracterização das ocorrências (local, horário, provável motivação etc.), das vítimas e autores (idade, gênero, profissão, raça/cor etc.) e das repercussões institucionais/judiciais (investigação e julgamento) e sociais/políticas (levantes, manifestações) destes casos. 

É certo, contudo, que há um viés próprio da fonte, dado que nem todos os casos ocorridos são noticiados. Há também um viés de escolha do termo “chacina”, pois, apesar de ser um termo jornalístico, não é sempre utilizado pelos meios de comunicação. Neste contexto, o objetivo foi coletar dados sobre casos e pessoas envolvidas em ocorrências envolvendo três ou mais vítimas fatais em casos de homicídio. 

Para a identificação de notícias de interesse que alimentariam a base de dados, foi utilizado o motor de buscas na internet Google, referenciando as pesquisas por períodos de uma semana que retornam casos dos mais diferentes veículos de comunicação. Foram coletados todos os casos identificados para os anos de 2011 a 2020. As principais reportagens foram lidas e, a partir das informações oferecidas, o banco foi alimentado segundo os campos elaborados pela equipe de pesquisa. Os campos previstos caracterizam a ocorrência, as pessoas envolvidas, o encaminhamento institucional do caso e sua repercussão política.

A base de dados, portanto, compreende o período de 2011 a 2020, tendo sido identificados, coletados e sistematizados 786 casos com três ou mais vítimas fatais que foram caracterizados pela imprensa como sendo. Nestes, foram identificadas 3.641 vítimas fatais cujas informações foram incluídas no banco de dados. É este conjunto de informações que alimenta o site interativo que apresenta seus principais resultados.

Ficha Técnica

David Marques, Jacqueline Sinhoretto, Uvanderson Vitor da Silva e Juliana Borges – consultoras e consultores na pesquisa de “Chacinas e a politização das mortes no Brasil”

Sofia Toledo – pesquisadora que iniciou a coleta de dados e construção do banco e atual consultora das pesquisas do eixo de violência do projeto Reconexão Periferias

Ruan Bernardo – pesquisador responsável pela coleta das ocorrências e preenchimento do banco. 

Victoria Braga, Amanda Oliveira e Amanda Teixeira – pesquisadoras que auxiliaram na construção do banco de dados

Paulo César Ramos – coordenador do projeto Reconexão Periferias

Colaboraram com a discussão do desenho da base de dados e dos resultados preliminares da pesquisa Camila Vedovello, Ariadne Natal, Jackeline Romio, Matheus Toledo, Jaqueline Lima dos Santos, Vilma Bokany

Ficha técnica da equipe

Coordenação Geral: Paulo César Ramos

Pesquisadora Responsável pela Pesquisa: Sofia Helena Toledo

Responsáveis pela formulação do instrumento  de coleta de casos: David Marques 

Responsáveis pela coleta: Sofia Helena e Ruan Bernardo; Amanda Oliveira e Amanda Teixeira

Responsáveis pelo treinamento da/dos estagiária/os: David Marques e Uvanderson Victor da Silva; Juliana Borges.

Consultorias: Jacqueline Sinhoretto, Jackeline Romio, Juliana Farias, David Marques , Uvanderson Silva

Agradecimentos à equipe que trabalhou/têm trabalhado direta ou indiretamente com o banco: Artur Henrique, Jaqueline Lima Santos, Paulo César Ramos, Matheus Tancredo, Vilma Bokany, Victória Braga, Jaqueline Lima Santos, Juliana Borges, Léa Marques, Isaías Dalle, Rose Silva, David da Silva; Robelle Damasceno, Alexandre Julião, Pedro Paulo dos Santos da Silva, Dudu Ribeiro.

Informações de contato

E-mail: [email protected]
Fone: 11 5573-3338