Pases oferece formação para a vida sustentável na Ceilândia
Por Rose Silva
O Projeto Assistencial Sementes de Esperança (Pases), situado na cidade satélite de Ceilândia (DF), foi criado 2010, por um grupo de alunos de Educação para Jovens e Adultos (EJA), voluntários e moradores da região, com o objetivo de atuar na Defesa e Garantia de Direitos Sociais e Promoção da Cidadania. Desde então, oferece atendimento diário, planejado e continuado em diferentes setores da sociedade por meio de seus núcleos de atuação.
De acordo com a educadora social, fundadora e atual presidenta do Pases, Ivone Gazzola, a ideia surgiu a partir das necessidades apresentadas por ex-alunos de EJA que desejavam um projeto para seus filhos. “Então nós fomos correr atrás de outras pessoas que tinham a expertise nesse assunto. Ministrar aulas para crianças e adolescentes foi um desafio, mas eu topei, participei de outras formações. Sempre falo para a galera aqui que quem não senta para aprender não pode levantar para ensinar”, lembra.
A ONG se organiza em núcleos específicos para atendimento em cada faixa etária. “Nós começamos com o Núcleo de Apoio e Assistência Sempre Alerta, que é a porta de entrada, onde a gente acolhe, escuta, cadastra, orienta e encaminha. Alguns são assistidos na própria instituição, outros precisam ir para a nossa rede de apoio sócio assistencial. Depois, nós temos o segundo núcleo, que é de segurança alimentar, voltado à alimentação saudável”, relata Ivone.
A Rede do Projeto atua em parceria o sistema “S”: Senac, Sesi, Sesc, para que as pessoas possam qualificar-se para o mercado de trabalho e garantir sua própria segurança alimentar. Oferece ainda palestras educativas, educação financeira oficinas de reaproveitamento integral dos alimentos, com o intuito de ajudar as famílias a conquistar sua sustentabilidade.
Depois, o núcleo de atenção à primeira infância oferece educação para crianças a partir de dois anos de idade, junto com outras atividades, principalmente a respeito de cidadania e valores. “Desde pequenininha a gente preza para que a criança aprenda sobre isso. Nós somos cidadãos de direito sim, mas nós também somos cidadãos de deveres, e é importante saber sobre isso”, pontua Ivone.
Aos seis anos, as crianças vão para a rede pública de ensino passam a frequentar o Pases no contraturno escolar, com acesso a cultura, lazer também, segurança alimentar e nutricional e desenvolvimento de habilidades socioemocionais. “Temos o programa Eu Lidero, onde se aprende diariamente, a liberar emoções, ter empatia, colocar-se no lugar do outro.Essa é uma oficina muito legal. E também a oficina Papo Reto, que oferece a oportunidade de ouvirmos os questionamentos deles sobre as atividades”.
Já o núcleo de práticas esportivas garante a prática de esportes. Como a gente atua em áreas rurais, periféricas e quilombolas, há poucos recursos. “Até jogar Bete pode fazer parte de uma prática esportiva dentro do nosso núcleo, bola de gude também pode ser uma prática esportiva, assim como queimada, vôlei, futebol e o que houver de possibilidade”, explica ela.
Hoje a instituição conta com jovens com 16, 17, 18 anos, educadores sociais, legalmente certificados, que foram os primeiros alunos em 2010.
“Então a gente vê essa história acontecer sabendo que respeitou o tempo social dessa comunidade. O Pases é um projeto raiz, porque a gente pegou o menino pequenininho. Hoje ele é educador social.”
Há também um Núcleo Mulheres da Bênção, cujo objetivo é a defesa e garantia dos direitos da mulher, além de promover formação e capacitação profissional. Por fim, o Núcleo Carinhoso é voltado aos idosos, onde participam de oficinas de contação de história e apresentam peças teatrais montadas por eles mesmo para as crianças.