Celebrado em 25 de julho, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é uma data para refletirmos sobre a vida dessas mulheres e reforçar sua luta histórica por sobrevivência com dignidade em uma sociedade estruturalmente marcada pela divisão de classes, pelo racismo e pelo machismo. A organização coletiva é o ponto chave para impulsionar as mudanças necessárias a esse cenário. A revista Reconexão Periferias de julho traz essa reflexão.

Ser mulher negra no Brasil é um desafio diário, ainda que esta seja a composição da maioria da população do país, somando 28% do total. Isso porque, devido à nossa formação histórica de décadas de escravidão e da permanência até hoje de mecanismos objetivos e subjetivos para perpetuação de privilégios à população branca, o racismo segue como questão central na vida dessas mulheres.

O artigo de Najara Costa, socióloga pela UFF e autora do livro Quem é Negra/o no Brasil?, analisa o impacto da participação das mulheres negras na política institucional brasileira, sob o marco temporal do pós-assassinato da vereadora carioca Marielle Franco.

Na entrevista, a jornalista Natália Carneiro fala sobre a Casa Sueli Carneiro, local de memória, arte e política onde morou por 40 anos sua tia, a pensadora e ativista negra Sueli Carneiro. O espaço passa por uma reforma e deve estar aberta ao público para atividades presenciais ainda neste ano.

A sócia Fundadora da Associação Cultural de Mulheres Negras Jaqueline Oliveira Soares escreve sobre a importância de governos constituírem mecanismos de efetiva participação social, para que as mulheres negras possam ser protagonistas dos espaços que discutem e deliberam sobre políticas públicas relacionadas a elas.

Na seção Perfil apresentamos a Utopia Negra, coletivo formado por nove jovens amapaenses, em sua maioria recém-saídos da universidade, que buscam promover o debate político local a partir de uma perspectiva negra. Ou seja, considerando a história, relevância, potência e criatividade da população afrobrasileira em suas diversas manifestações. Em “Quando novas personagens entram em cena”, temos Divaneide Basílio. A Diva, como é chamada carinhosamente, chegou a Natal ainda pequenina, aos quatro anos, junto da família na busca por melhores condições de vida. Na eleição de 2020, tornou-se a mulher mais bem votada para a Câmara dos Vereadores da capital do estado.

E, na seção de Arte, a série inédita e inovadora Vozes Negras – A Força do Canto Feminino, com direção de Gustavo Gasparini, que pretende levantar pautas sobre feminismo negro, a importância e o papel das cantoras e compositoras negras na história da música brasileira.