Revista Reconexão Periferias de setembro traz como tema a saúde mental e o Grito dos Excluídos. Pandemia, isolamento social, medo da violência doméstica, desemprego, aumento do custo de vida, violência policial e falta de perspectivas são parte de um complexo contexto, agravado pelo racismo e machismo, ao qual têm de sobreviver milhões de brasileiros e brasileiras das diversas periferias do país. Não à toa, é nesse cenário que as doenças mentais se fazem tão presentes quanto o estigma de que seriam doenças apenas de pessoas ricas.

Dar visibilidade ao tema, como comumente é feito pelos movimentos populares, no mês de setembro, é uma das formas de contribuir para avançar na democratização do acesso a práticas que promovam a saúde mental para todas as pessoas.

Assim, a Revista traz diferentes olhares sobre saúde mental e as periferias, bem como apresenta, em artigo de autoria de Juliana Borges, questões sobre saúde mental e o suicídio entre os policiais, pautando um debate necessário de ser enfrentado ao tratar da política de guerra às drogas e as decorrentes mortes que esta gera.

Para refletir sobre o processo histórico da Independência do Brasil, forjado pelas elites e sem liberdade aos escravos, e seu legado até os dias de hoje na estrutura social racista do país, a revista traz um artigo de João Carlos Nogueira. A entrevista do mês, com Alderon Costa, trata de temas do Grito dos Excluídos, e enfatiza, entre outros assuntos, o aumento da população de rua na pandemia e a necessidade de políticas de distribuição de renda, além da descriminalização das drogas, taxação das grandes fortunas e reforma agrária. A realidade e os desafios nas políticas públicas para a população de rua também são tema do artigo do movimento nacional da população de rua.

A edição de setembro traz ainda um artigo sobre violência doméstica, no qual o coletivo das Promotoras Legais Populares de São Caetano do Sul apresenta dados de uma recente pesquisa feita por elas, que deixa nítido que há um ainda um longo caminho na luta pelo direito das mulheres a viverem uma vida livre de violência.

Na sessão de arte, a poesia de Célio Lima e duas fotografias de Alderon Costa, que dialogam com o tema da população de rua.