Marcha da Consciência Negra luta contra época de racismo declarado
Nesta quarta-feira, 20 de novembro, coletivos e movimentos realizam em São Paulo a 16a Marcha da Consciência Negra, com as palavras de ordem Basta de Bolsonaro, Doria e Covas acompanhando o lema Vida, Liberdade e Futuro. Contra o Genocídio e Criminalização do Povo Negro.
No manifesto divulgado pelo movimento negro, a avaliação é que o Brasil está “sob governo de um projeto ultraneoliberal, conservador, com bases no militarismo e no fundamentalismo religioso. São tempos de grande ofensiva contra nós e é necessário defender a soberania do nosso país”. Por isso, “a guerra do Estado brasileiro contra nós está abertamente declarada”.
Portanto, a Marcha, que teve sua primeira edição em 2003, enfrenta este ano o aprofundamento da política oficial de morte das populações negras e periféricas, o estímulo aos ataques a terreiros, o desmonte deliberado de políticas públicas cujos efeitos nocivos serão maiores para os negros e negras e o saudosismo que setores sociais nutrem pela ditadura.
O manifesto também ataca a política de encarceramento em massa e celebra a libertação de Lula, pois “Lula Livre é uma vitória para todos os que defendem a democracia. Com essa decisão do STF, negras e negros, maioria dos encarcerados, como o DJ Rennan da Penha, também poderão ser soltos. Nós devemos lutar por isso”, afirma o texto. “O sistema de justiça brasileiro é injusto com o povo negro e pobre. Impera a criminalização da pobreza e por isso, todo preso negro e pobre é um preso político”, assinala outro trecho.
A Marcha também cobrará justiça para Marielle Franco e reparação histórica para o povo negro. “Somos 54% da população brasileira, se houver condições dignas de vida para o negro, haverá para todo o povo”.
A 16a Marcha da Consciência Negra de São Paulo terá início ao meio-dia, com concentração diante do Masp.