O Grupo de Trabalho sobre Religiosidades do Centro de Análise da Sociedade Brasileira (CASB), uma iniciativa das fundações Perseu Abramo (PT), Lauro Campos e Marielle Franco (Psol), Maurício Grabois (PCdoB) e Rosa Luxemburgo (vinculada ao partido alemão Die Linke – A Esquerda), reuniu especialistas, debateu e analisou os desafios do campo democrático popular no diálogo com a população de fé evangélica no Brasil.

O encontro teve como expositoras e expositores Delana Cristina Corazza, cientista social e pesquisadora do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social; Jacqueline Teixeira, antropóloga, pesquisadora e professora da Universidade de Brasília (UnB) e conselheira do CASB; Rafael Rodrigues da Costa, sociólogo, pesquisador e professor da Faculdade Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

A discussão, ocorrida em 24 de agosto, foi permeada pela contradição entre o alto índice de votação dessa parcela dos brasileiros em Jair Bolsonaro nos dois pleitos anteriores, por um lado, e a composição social popular do segmento, por outro, que se traduzem num desafio para o nosso campo. O grupo buscou compreender o que as pesquisas sobre o tema, o apanhado histórico da fé evangélica no Brasil e a análise do momento atual, de distensionamento em meio a um terceiro governo Lula apresentam para o desafio de desbolsonarizar o Brasil.

Mas, de acordo com o texto, “os números de aprovação evidenciam que, entre a população de fé evangélica –, além de um contingente progressista que não se alinhou a Bolsonaro, há outro contingente grande e disputável que se alinhou momentaneamente, mas que pode ser atraído por um governo popular. Portanto, um dos principais desafios é aprofundar a compreensão sobre essa parcela da população brasileira, em uma agenda de pesquisa que contemple a complexidade dessa questão – dada a sua importância para se pensar em construção de canais de diálogo e organização política das classes populares”.