"Uma coisa que eu sempre pensava é: quando eu fizer 14 anos, vou poder ser jovem aprendiz e vou começar a trabalhar". O sonho do jovem Phellipe Nunes, de 19 anos, morador do Itaim Paulista, na periferia de São Paulo, é o mesmo de milhões de outros brasileiros. Contudo, as dificuldades de acesso ao mercado de trabalho são cada vez maiores na trajetória de Philippe e de outros jovens no Brasil e no mundo.
"Na periferia, entre jovens negros e pobres, o desemprego, sempre foi algo muito presente. Mas, a cada dia que se passa, é perceptível a dificuldade que a gente encontra na busca pelo emprego. A cada dia que se passa, isso se torna mais difícil", diz o jovem.
O problema fica ainda maior quando se leva em conta a questão racial: "A busca pelo emprego quando se é negro é muito mais importante. Os dados apontam isso e a gente vê que a população negra no Brasil é a que ocupa a camada mais pobre do Brasil. Somos nós que estamos nas periferias e que sofremos com descaso e opressão há mais de 300 anos".