Do INEEP
Os preços dos derivados de petróleo, e agora também do próprio gás natural, assumem papel central nos debates da política econômica, toda vez que os ciclos internacionais de preços são de crescimento, com as taxas de cambio depreciando as moedas nacionais, os mercados internos necessitando de matérias-primas, ou dos próprios derivados importados, para atender a demanda doméstica.
Essa situação torna-se mais critica quando a renda dos consumidores está em queda ou estagnada, o desemprego é crescente e as famílias comprometem mais e mais seus orçamentos familiares com os combustíveis.
Nos países em que essa demanda é pequena, em relação ao volume de exportações de petróleo ou de gás natural, há mecanismos de compensação, com o aumento das exportações ampliando a entrada de divisas estrangeiras, segurando a depreciação da moeda nacional, e/ou aumentando as receitas fiscais, via impostos sobre os ganhos adicionais das exportações. Naqueles países em que as empresas estatais são controladoras de capacidade de refino suficiente para atender os mercados nacionais, a volatilidade dos preços internacionais não é repassada para os consumidores domésticos e os preços flutuam menos e, geralmente são inferiores aos níveis internacionais. Nos países em que as empresas privadas dominam, a regulação assume papel preponderante, buscando reduzir os impactos de curto prazo das flutuações de preços, ampliando a importância da geopolítica e da pressão, até militar, sobre os produtores.