O Pauta Brasil debateu nessa sexta-feira, 3 de setembro, os desafios e incertezas do Sistema Nuclear brasileiro, com a participação de Aquilino Senra, Odair Dias Gonçalves e mediação Arthur Araújo.
Aquilino Senra, doutor em Ciências da Engenharia Nuclear, professor titular da UFRJ e pesquisador do CNPq, lembra que o tema da energia nuclear para fins pacíficos e geração de energia sempre vem à tona em momentos de crise de energia elétrica e hídrica e racionamento. Afirma que se a Usina Nuclear de Angra 3 já estivesse em operação teríamos uma situação ao longo de 2021 e 2022 um pouco mais confortável. “Ao sair da pandemia e com necessidade de retomada do crescimento, a energia tem papel central”. Lamenta a descontinuidade ao longo dos governos do projeto brasileiro e reafirma que para fins de aplicações das radiações nucleares nos diversos segmentos, economia, indústria, agricultura, medicina, meio ambiente, a energia nuclear é socialmente aceita. Prossegue descrevendo o sistema nuclear brasileiro.
Odair Dias Gonçalves, doutor em Física pela UFRJ e ex-presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), inicia falando sobre as implicações de MP que cria uma autoridade regulatória nacional e desmembra a CNEN, relatando o histórico da comissão. "A separação entre as atividades de regulação e controle e de produção ocorre desde a CF de 88, e é uma recomendação da agência internacional de energia atômica. A produção nuclear propriamente ligada a combustível nuclear e geração de energia não é executada pela CNEN", diz. Segundo ele, “a comissão se encarrega da regulação e controle e fornece treinamento e assessoria nessa área a praticamente todos os países da América Latina”. Reitera que a área nuclear brasileira é bastante forte tecnologicamente apesar de ser pequena em termos de empresa industrial ou econômica.
Ainda sobre a MP, ex-presidente da CNEN fala que ela cria a autoridade regulatória mas ligada à Presidência da República, o que compromete a independência o organismo.
Assista abaixo.
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