Do Outras Palavras, reproduzindo Periferia em Movimento

Quando as primeiras notícias sobre a circulação de um misterioso vírus começaram a circular, jamais imaginei que chegaria a tal proporção catastrófica. A ficha demorou a cair.

De repente, minha empresa começou a realocar todos os seus funcionários para trabalharem de suas casas. Observava o medo no olhar das pessoas e aquilo me assustava. Quando mortes diárias começaram a acontecer e, também, quando mais de 300 colegas da minha empresa foram desligados eu percebi: a pandemia chegou até mim.

Eu continuei empregada, graças a Deus, mas lamentei e muito pelas pessoas que perderam seus empregos. Enquanto a pandemia desdobrou de forma extrema a vida das pessoas, na minha a princípio não fez tanto efeito. Isso porque, em casa, sempre fui a titular. Aquela que paga as contas, sabe? Então eu já estava acostumada a viver no sufoco, racionando os gastos.

Meus pais são idosos, não têm mais condições de trabalhar e não são aposentados ainda. Minha mãe, dona Geralda Gomes, tem 65 anos, é diabética e está na fila de espera para uma cirurgia de catarata. Meu pai, seu Adílson José, com seus 56, é adoentado, tem problemas psicológicos, o que também o impossibilitou de trabalhar há muitos anos.

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