Por Naiara Galarraga Gortázar, do El País

Tu, tu, tu, tu, tu, tu, tu… O sobrevoo de duas águias —como são chamados na cidade os helicópteros policiais— e o pipocar das balas acordaram o Jacarezinho ao amanhecer. Esta favela faz parte do Rio de Janeiro sem glamour. O que sequer sonha com começar a receber turistas vacinados. A., de 28 anos, fez como todos os moradores quando começou a operação policial na quinta passada. Pular da cama ao local mais protegido e abraçar sua filha. Apavoradas, as duas esperavam que o fogo cruzado acabasse quando um ferido entrou em sua casa. “Levou dois tiros, mas estava vivo”, diz ela. O intruso ordenou que ficasse em silêncio e se escondeu em um quarto até que quatro policiais entraram violentamente, encapuzados. Vinham à procura dele. O homem, então, começou a suplicar. “Não me deixa, não vai embora, vão me matar!”. Queria se entregar aos Direitos Humanos, mas os policiais disseram: “Aqui ninguém se entrega, vai sair morto! E o mataram a facadas no quarto, não me deixaram socorrê-lo”, relatou na segunda-feira, ainda angustiada. “Era ele ou minha filha”, murmura. “Não vêm prender, vêm matar”, sentencia. Por isso, diz, não usavam no colete a identificação com seu nome e grupo sanguíneo.

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