da piauí

"Se nada mudar radicalmente, nós vamos ter que fechar as portas por falta de verbas”, preocupava-se a engenheira química Leda Castilho, chefe do Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (LECC) da Coppe/UFRJ, em uma conversa com seus alunos pouco antes da pandemia. Os últimos cinco anos vinham sendo difíceis devido à progressiva redução orçamentária para ciência e tecnologia. Mas veio a pandemia e a equipe do LECC mergulhou de cabeça no combate à Covid a partir das pesquisas sobre a proteína S — que forma a coroa que envolve o coronavírus e originou seu nome. Os primeiros experimentos do LECC que confirmaram o sucesso na produção da proteína S em laboratório ocorreram ainda antes do Carnaval de 2020, ou seja, antes mesmo da confirmação do primeiro caso de Covid no Brasil.

Laboratórios de pesquisa como o LECC sobrevivem de projetos aprovados em editais públicos, cada vez mais escassos, ou de financiamentos privados. No ano passado, o laboratório conseguiu apoio de um programa criado nos Estados Unidos por doadores dispostos a financiar projetos promissores na luta contra a pandemia. O grupo de Castilho foi aprovado com um estudo para criar uma vacina, que foi batizada de S-UFRJvac.

À piauí, Castilho relatou a rotina de trabalho dos pesquisadores contra o vírus, “sete dias por semana, 364 dias por ano, dia e noite”. Contou das dificuldades burocráticas que emperram trabalhos urgentes: entre a chegada ao aeroporto brasileiro de um insumo importante para as pesquisas da vacina e a liberação do insumo para entrega no laboratório, foram quase cinquenta dias.

Leia a reportagem completa aqui.