Do IEDI
A inflexão de fev/21 teve perfil disseminado de taxas negativas, alcançando 14 dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE, ou seja, 54% do total. Entre as quedas mais intensas ficaram produtos têxteis (-9,0% com ajuste), veículos (-7,2%) e couro e calçados (-5,9%).
Quanto aos macrossetores, o declínio geral foi condicionado principalmente pelos bens de consumo duráveis, cuja produção recuou -4,6% ante jan/21, com ajuste sazonal, mas o sinal negativo também atingiu outros dois macrossetores, como mostram as variações a seguir. A única exceção foi bens intermediários, que vem apresentando oscilação entre altas e baixas.
• Indústria geral: +0,8% em dez/20; +0,4% em jan/21 e -0,7% em fev/21;
• Bens de capital: +2,7%; +4,6% e -1,5%, respectivamente;
• Bens intermediários: +1,3%; -1,0% e +0,6%;
• Bens de consumo duráveis: +1,1%; -1,0% e -4,6%;
• Bens de consumo semi e não duráveis: -0,2%; +1,7% e -0,3%, respectivamente.
Bens de consumo duráveis foi o macrossetor com pior resultado também na comparação com fev/20 (-8,6%), seguido por bens de consumo semi e não duráveis (-1,6%). Em ambos os casos as quedas foram reincidentes, não trazendo bons sinais para este início de 2021.
Ao que parece, a perda de dinamismo recente da indústria vem sendo condicionada pelos ramos cujos mercados dependem do consumo das famílias, que tem sido freado não apenas pelo medo e isolamento decorrente diretamente da Covid-19, mas também pelo desemprego e pelo fim do auxílio pago às famílias.
No 1º bim/21, bens de consumo duráveis registraram -6,3%, devido a automóveis, mas também à deterioração de eletrodomésticos e outros equipamentos de transporte. Bens de consumo semi e não duráveis, por sua vez, caíram -1,1%, em linha com o 4º trim/20, em função de ramos de alimentos, como carnes, laticínios e bebidas, além de combustíveis.
Bens de capital, que cresceram +16,1% ante fev/20, ajudados por bases baixas de comparação, conseguiram manter a intensidade da alta do 4º trim/20 (+14,7%) também no 1º bim/21 (+16,6%), graças a bens de capital à agricultura e à construção. Os bens de capital para a própria indústria desaceleraram.
Por fim, bens intermediários podem vir a ter seu terceiro trimestre seguido de expansão da produção agora no início de 2021, mas provavelmente passarão por alguma acomodação, a contar pelo 1º bimestre: +4,9% no 4º trim/20 e +1,7% em jan-fev/21 ante o mesmo período do ano anterior. Intermediários de alimentos e de derivados de petróleo voltaram ao vermelho e os da indústria automobilística agravaram suas perdas (-12,4% ante 1º bim/20).
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