A médica pneumologista Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, que está na linha de frente do combate à Covid-19 no Brasil desde o início da pandemia de coronavírus, tornando-se uma das principais vozes de referência sobre o assunto, prevê um mês de abril “realmente trágico” para o Brasil, com uma transmissão “extremamente alta” e uma vacinação “aquém do desejável”. O país registrou um recorde de 4.195 mortes em 24 horas nesta terça-feira. A especialista explica, em entrevista ao El País, que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) precisa vacinar 150 milhões de pessoas até o meio do semestre “para que consigamos ter uma imunidade comunitária adequada”. Até o momento, pouco mais de 20 milhões de brasileiros, cerca de 10% da população, recebeu a primeira dose do imunizante.

A isso se soma a necessidade de o país promover um confinamento rígido por duas ou três semanas, no mínimo. “Mesmo que estivéssemos neste momento imprimindo um ritmo de vacinação ideal de 2 milhões de doses por dia, ainda assim seria necessário mantermos medidas de distanciamento social. A vacina sozinha não é um milagre”, destaca. Para isso, ela diz, se faz necessário também um auxílio emergencial suficiente para que as pessoas fiquem em casa. “Tem que parar com essa conversa falsa, essa dicotomia, que auxílio emergencial é uma questão da economia. Não é, é da saúde pública.”

Leia a íntegra da entrevista no El País.