Em outubro do ano passado, o número de infectados da Covid-19 começou a aumentar nas cidades costeiras ao nordeste de Kent [vizinha de Londres e banhada pelo Atlântico, no Canal da Mancha]. A região havia driblado bem a primeira onda da pandemia até a primavera, e muitos de seus moradores diziam não conhecer ninguém que tivesse contraído o vírus. Após o fim do lockdown, no dia 4 de julho, pairava no ar a sensação de que a crise havia acabado — assim, houve pouco alarme quando o número de infecções começou a aumentar. Os distritos mais afetados foram Thanet, que inclui as cidades de Margate, Broadstairs e Ramsgate; e Swale, mais a oeste, cujos principais centros populacionais são Sittingbourne, Faversham e a Ilha de Sheppey, próxima da costa. Em novembro, o número de casos aumentou vertiginosamente e logo o nordeste de Kent tinha as maiores taxas de infecção do país. Em meados do mesmo mês, o distrito municipal de Sheppey East, na Ilha de Sheppey, teve uma taxa de infecção de 1,9 mil para 100 mil — sete vezes o nível do Reino Unido como um todo.

Leia na íntegra a tradução da crônica política de Patrick Cockburn, no London Review of Books, por Simone Paz, publicada no site Outras Palavras.