O enfrentamento dos desafios da Quarta Revolução Industrial (Indústria 4.0) pressupõe investimentos crescentes em ciência e tecnologia. Para se sair bem no processo o Brasil precisaria estar investindo, permanentemente, bilhões de reais em pesquisa e inovação industrial. No entanto, o orçamento disponível para investimentos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) para o ano passado foi de apenas R$ 3,7 bilhões, e a proposta do governo para 2021 é reduzir ainda mais esse valor, chegando a R$ 2,7 bilhões. Em 2014, o mesmo orçamento, sem correção monetária, foi de 8,4 bilhões, mais do que o triplo.

Os danos que os cortes do orçamento em ciência e tecnologia causam para o país permanecerão por muitos e muitos anos. Na pesquisa, por exemplo, com os cortes orçamentários a partir de 2016, equipes se desmontaram e aprofundou-se a chamada “fuga de cérebros”, cientistas e pesquisadores que vão morar em outros países em busca de oportunidades de trabalho e de continuidade em seus estudos. A evasão de cientistas ocorre por motivos financeiros, falta de oportunidades, e até políticos, em função do fechamento dos poucos espaços democráticos na sociedade, fenômeno que o golpe de 2016 acelerou. É bom lembrar que ciência séria não convive bem com obscurantismos e semelhantes.

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