O estudo do Banco Mundial “Como evitar que a crise da Covid-19 se transforme em uma crise alimentar: Ações urgentes contra a fome na América Latina e no Caribe” denuncia o crescimento significativo dos níveis de fome na região e argumenta que pela primeira vez haverá um impacto conjunto na educação, saúde e renda, com quedas drásticas no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Apresenta uma série de propostas para o enfrentamento da situação, porém não leva alguns fatos em consideração.

Em primeiro lugar, a crise econômica agravada pela crise sanitária é um fato concreto, todavia, os países do sul vinham com crescimento econômico estagnado desde os anos 2008/09; em segundo lugar, o estudo não questiona quem controla a cadeia do sistema alimentar globalizado. Atualmente cerca de duzentas empresas transnacionais controlam um quarto dos recursos produtivos mundiais, exercendo um monopólio sobre o conjunto da cadeia alimentar, da produção à distribuição varejista, passando pela indústria da transformação e comercialização. Tal sistema subjuga os camponeses e a agricultura familiar e limita as escolhas dos consumidores.

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