Há muitos Brasis sendo impactados pelo auxílio emergencial do Governo Bolsonaro nos últimos meses. O mesmo programa que não consegue garantir o aluguel do cearense Jocelino na megalópole São Paulo permitiu que sua conterrânea, a agricultora Patrícia, instalasse wi-fi pela primeira vez e que Raquel enfim conseguisse dinheiro para ampliar sua casa na zona rural de uma pequena cidade do interior do Ceará. A história desses três cearenses durante a pandemia retrata um enorme abismo que paira sobre os vários significados que o benefício pode assumir no extenso e desigual território brasileiro.
Criado para mitigar os efeitos da pandemia do coronavírus, o programa já beneficiou de alguma maneira metade das famílias do país e chegou a 67 milhões de pessoas. Num balanço geral, a renda média dos beneficiários está até melhor agora do que antes da crise sanitária: engordou cerca de um terço (34%), segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas com os dados mais recentes da Pnad-Covid. Mas essa melhoria não é linear. Os efeitos positivos do auxílio do Governo são mais fortes em Estados do Norte e Nordeste. Enquanto em São Paulo o benefício fez crescer, em média, 54% da renda dos beneficiários, no Ceará o ganho foi muito maior, de até 110%. Os dados foram levantados pelo pesquisador Lauro Gonzalez, que rechaça a ideia de que o auxílio seja uma política excessiva. “O que vemos é como o país é pobre e muito desigual”, analisa.
Leia matéria completa aqui.