Por Pierina Pighi Bel para BBC News World

No início da pandemia, o Peru foi um dos primeiros países a impor restrições rígidas e a destinar grandes pacotes de ajuda às pessoas afetadas pela paralisação da economia.

Mas, meses depois, o país virou um dos exemplos negativos, com alto número de infecções, deficiências na quarentena e forte crise econômica.

Agora, mais de cinco meses depois, o país sul-americano lidera um dos rankings talvez mais dolorosos: é o que tem a maior taxa de mortalidade de covid-19 dos 20 países mais afetados pelo vírus, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.

O Peru registra 87,53 óbitos por 100 mil habitantes. Isso o coloca à frente de países como Estados Unidos, Brasil e México. A imprensa peruana diz que essa é a maior taxa de mortalidade por covid-19 do mundo — excluindo países de população muito pequena, como San Marino.

Em termos absolutos, até sexta-feira (28/08), o Peru era o nono país com mais mortes no mundo, com um total oficial de 28.277; e o quinto com mais infecções, com 621.997 casos.

O número de mortes diárias diminuiu ligeiramente na última semana. Na quarta-feira, o Ministério da Saúde registrou 123 mortes, o menor número desde junho.

Mas na quinta-feira esse número subiu novamente para 153.

Vários motivos — problemas de saúde pública, econômicos e sociais, limitações estruturais e erros de curto prazo — explicam por que o Peru chegou a esta situação, disse à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, Hugo Ñopo, principal pesquisador do grupo Grade.

O Grade é um instituto peruano privado de pesquisas sobre desenvolvimento.

Confira na reportagem completa quatro fatores que explicam a alta mortalidade no Peru por Covid-19.